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Campanha mundial contra pirataria chega ao Brasil

Comercialização de cópias ilegais de obras audiovisuais gera um prejuízo anual de 370 milhões de reais -;ou;35% do que vale este mercado; público-alvo;são;consumidores da classe média alta

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

Uma campanha de combate à pirataria de obras audiovisuais direcionada a jovens de classe média alta foi lançada no Brasil nesta quinta-feira (17/6) pela Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (Adepi) e pela Motion Picture Association (MPA).O prejuízo anual decorrente da comercialização de cópias ilegais de obras audiovisuais soma 370 milhões de reais  ou 35% do que vale o mercado total, segundo Carlos Alberto de Camargo, diretor executivo da Adepi. Se consideradas as cópias piratas de softwares, livros e música, as perdas totalizam 785 milhões de dólares, atrás apenas da Rússia, onde o prejuízo é de 1,12 bilhão. "Pesquisas apontam que o consumo de produto falsificado é feito pela classe média. Há uma aceitação dessa conduta", diz Steve Solot, vice-presidente para a América Latina da MPA, entidade que reúne as sete maiores produtoras e distribuidoras globais de obras audiovisuais.

Dois anúncios produzidos nos Estados Unidos, ao custo de 300 mil dólares, foram adaptados para o Brasil e distribuídos às 1 800 salas de exibição de cinema do país. Com veiculação prevista de dois a três meses, a partir da próxima semana, as organizações patrocinadoras esperam atingir 20 a 30 milhões de pessoas com os filmes de 45 segundos cada. O país é o segundo a lançar a campanha, já iniciada na Austrália e com divulgação programada para outros 38 países.

Duante o lançamento da campanha, em São Paulo, Camargo relacionou as dificuldades do combate à pirataria aos baixos custos da produção audiovisual criminosa. "Com três a cinco mil dólares monta-se um mini-laboratório clandestino". Além disso, afirma Camargo, falta comando à ação policial. "A Adepi entrega à polícia investigações inteiras já prontas, mas não vai ser a delegacia de bairro que vai resolver. É preciso um plano nacional."

CPI

O deputado federal Luiz Medeiros, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a pirataria, afirma que ainda falta interesse do Executivo em engajar-se na luta contra esse tipo de crime. "Existe um comitê interministerial para tratar do assunto, mas ninguém compareceu sequer uma vez a uma sessão da CPI, que só teve sucesso porque trabalhamos com os interessados da iniciativa privada abertamente, inclusive viajando aos EUA, onde o intercâmbio foi muito produtivo."

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Para o cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Patrick Duddy, "tanto o governo dos EUA quanto o governo brasileiro, e outros governos da região, estão apoiando ( o combate à pirataria ), cada um em sua própria forma".

"A pirataria não atinge apenas produtos internacionais, mas também filmes como Cidade de Deus, Carandiru, Deus é Brasileiro e os da Xuxa", diz César Pereira da Silva, presidente da Associação Brasileira de Cinematografia.

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