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Câmbio derruba em 11% as exportações de calçados no trimestre

Produtos brasileiros perdem competitividade para os concorrentes da Ásia e exportadores pedem medidas para evitar maiores prejuízos

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

A contínua valorização do real frente ao dólar, motivo de preocupação dos empresários nos últimos meses, já está prejudicando as exportações de calçados. Com o dólar enfraquecido, os fabricantes brasileiros embarcaram 60,1 milhões de pares no primeiro trimestre. O volume é 11% menor que os 67,7 milhões do mesmo período do ano passado.

"Esse é o resultado da política cambial, que vem dificultando nossos negócios", afirma Heitor Klein, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo Klein, os produtores brasileiros perderam muitos pedidos neste início de ano, pois os importadores passaram a preferir os calçados da Ásia. Somente em março, as exportações somaram 20 milhões de pares, indicando uma queda de 16% sobre igual mês de 2004. Com isso, o faturamento com exportações baixou 3% em março, para 160 milhões de dólares.

Para reverter a situação, a Abicalçados defende que o Banco Central volte a comprar dólares, a fim de elevar as cotações, e retome os leilões de swap cambial. Além disso, a associação pede a criação de linhas de crédito pré-embarque com funding em reais. Atualmente, os Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) usam recursos captados no exterior.

No ano passado, a indústria calçadista exportou 212 milhões de pares, que lhe renderam 1,809 bilhão de dólares. A cifra é 17% superior à de 2003. Com o atual nível de câmbio, Klein acredita que não será possível repetir esse desempenho.

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