Câmara aprova urgência para suspender aumento de cota de etanol sem tarifa
Em agosto, governo decidiu elevar cota de importação de etanol isenta da tarifa de 20% de 600 milhões de litros para 750 milhões de litros por um ano
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de setembro de 2019 às 19h50.
Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 20h54.
Brasilia — A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 10, o pedido de urgência para o projeto que suspende os efeitos de uma portaria do Ministério da Economia que permitia o aumento da cota de importação de etanol de 600 milhões de litros por ano para 750 milhões de litros anuais.
O pedido foi feito pelo líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Para ele, a medida prejudica os produtores brasileiros do combustível. O projeto suspende os efeitos da portaria 547/19, da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
No fim de agosto, o governo brasileiro decidiu elevar a cota de importação de etanol isenta da tarifa de 20% de 600 milhões de litros para 750 milhões de litros por um ano. A decisão foi entendida por parte do setor produtivo como uma contrapartida do Brasil para que os Estados Unidos abram mais o mercado para o açúcar nacional. No entanto, não houve até o momento nenhum anúncio oficial sobre esse gesto do governo norte-americano.
Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, chegou a publicar no Twitter uma mensagem comemorando a facilitação da entrada do produto americano no mercado brasileiro, ressaltando as boas relações "com a nação sul-americana". Posteriormente, porém, Trump apagou o tuíte.
Antes de definir a ampliação da cota, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conversou com o secretário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Sonny Perdue, sobre a tarifa imposta pelo Brasil sobre o etanol norte-americano.
Expirava no mês passado o prazo de dois anos da tarifa de 20% aplicada pelo Brasil sobre o biocombustível adquirido no exterior para um volume acima de uma cota trimestral de 150 milhões de litros. Como essa cota é sempre superada e praticamente todo etanol importado vem dos Estados Unidos, os norte-americanos pediam o fim da taxação, pois usam tarifa zero quando compram o mesmo combustível exportado pelo Brasil.