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Aumento de roubos e seqüestros impulsiona a venda de rastreadores de veículos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.

Mais de 300 veículos são roubados ou furtados na cidade de São Paulo a cada dia. Por causa do alto risco, algumas companhias de seguro dão descontos de até 30% na cobertura de automóveis equipados com rastreadores. O número de veículos com esses dispositivos ainda é pequeno: cerca de 58 000, 1,1% da frota da metrópole. Mas o mercado está em expansão. Em 2001, a venda de rastreadores no país cresceu 39% em relação ao ano anterior -- 28% só no segundo semestre. O impulso foi dado pela explosão dos índices de violência.

"O caso Patrícia Abravanel ajudou muito o setor", afirma Joseph Soued, presidente da Vigisat, empresa que rastreia veículos por meio da tecnologia do celular. Soued refere-se ao seqüestro da filha do apresentador Silvio Santos, em agosto do ano passado. Na época, policiais da Delegacia Anti-Seqüestro (Deas) afirmaram que teriam achado o cativeiro se o carro de Patrícia tivesse um rastreador. Os seqüestradores a levaram no automóvel dela, um Passat alemão. Solta uma semana depois, Patrícia voltou para casa dirigindo o mesmo carro.

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O mercado oferece basicamente três tipos de rastreador (veja nesta página). "O consumidor ainda não teve tempo de discernir qual a tecnologia mais apropriada para seu perfil", diz Daniel Wenzel Mendes, gerente comercial da LoJack, multinacional americana que chegou a São Paulo em junho do ano passado. A empresa está investindo 10 milhões de reais para aumentar as vendas dos atuais 12 000 para 35 000 equipamentos até o fim do ano. "Focalizamos as seguradoras e as montadoras, oferecendo parcerias e descontos", diz Mendes. Dos cerca de 300 carros roubados ou furtados de seus clientes, 95% foram recuperados.

Com um faturamento de 180 milhões de reais em 2001, a líder Autotrac, do ex-piloto Nelson Piquet, prioriza o segmento corporativo, a exemplo de sua principal concorrente, a Controlsat, do Grupo Schahin. Dos 73 000 veículos com rastreadores no país, 51 000 são de carga. Quando trouxe a tecnologia americana de localização por satélite, em 1994, a Autotrac pretendia oferecer o monitoramento logístico de cargas como parte de uma estratégia de redução de custos. Mas o aumento dos roubos de cargas -- as transportadoras perderam mais de 600 milhões de reais no ano passado -- ajudou a Autotrac e a Controlsat a descobrir um ovo de Colombo: um botão de pânico instalado no caminhão comunica a ocorrência de situações suspeitas ou de risco. A Autotrac rastreia hoje 40 000 veículos de carga. "O Brasil tem uma frota de 1,5 milhão de caminhões, dos quais ao menos 600 000 poderiam usar nossa tecnologia", diz Rodrigo Costa, gerente de marketing da Autotrac.

Agulha em palheiro
As principais tecnologias de rastreamento

Sistema satélite-satélite
O veículo é localizado por meio da tecnologia do GPS (sistema de posicionamento global). Permite bloquear o veículo e travar as portas ou avisar a polícia. A instalação custa cerca de 5 000 reais. É o mais caro, mas fornece o maior leque de possibilidades de monitoramento. A antena é grande e lembra uma bacia.

Vetor de sinais
Antenas de radiodifusão de baixa freqüência identificam quando um carro é roubado. O proprietário avisa a central de segurança, que capta o sinal do dispositivo eletrônico instalado no carro. O veículo indica a posição e a intensidade do sinal, permitindo que os "caçadores" da empresa de segurança entrem em ação. A instalação custa 1 200 reais.

Sistema satélite-celular
Para baratear o custo, algumas empresas rastreiam o veículo com GPS (como no sistema satélite-satélite), mas a comunicação com a central de segurança é feita por sinal de celular. É mais adequado a veículos de passeio. A instalação custa cerca de 2 000 reais. O ponto vulnerável é que o sinal do celular pode estar fraco em determinadas regiões.

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