Brics podem expandir seus negócios para a África, diz Ipea
Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012, a expansão da África ficará em 5,8%
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2012 às 18h48.
Brasília – A adesão da África do Sul, em 2011, ao grupo do Brics – integrado ainda pelo Brasil, a Rússia, Índia, China – poderá facilitar uma abertura comercial importante para os países do Continente Africano, de acordo com artigo divulgado hoje (28) no Boletim de Economia e Política Internacional, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o artigo Brics e África: A Grande Incógnita, de Gladys Lechini, no momento, o desempenho dos outros países do Brics na África mostra "uma situação de atrito e concorrência", pois as nações africanas não mostraram ainda "intenção mais aberta e condições de cooperar".
O ponto favorável citado no artigo é que há, no continente, um quadro de redução substancial de conflitos regionais, além de bons índices de crescimento econômico, "principalmente devido às imensas reservas de recursos naturais como petróleo, gás e minerais", o que é visto como um atrativo para investimentos. Soma-se a isso a expansão da fronteira agrícola em novas áreas de cultivo de arroz e milho.
O Continente Africano cresceu, em 2010, a uma taxa de 5,4% e, em 2011, de 5,2%. Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012, a expansão da África ficará em 5,8%. Isso torna o continente mais atraente para o mundo, podendo-se vislumbrar a possibilidade de novos negócios, segundo o boletim do Ipea.
"Os países do Brics começam a chegar à África para promover sua própria estratégia africana", observa Gladys Lechini. "Eles são os principais investidores no Continente Africano, com mais de US$ 60 bilhões aplicados entre 2003 e 2009. O comércio deles com a África aumentou oito vezes entre 2000 [US$ 21,9 milhões] e 2008 [US$ 164,6 milhões]".
O estudo destaca que, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, "foram tomadas medidas importantes em relação aos estados africanos, respondendo à crescente demanda interna da população afrodescendente do Brasil, que significa a maior população de origem africana fora da África". Com isso, o comércio bilateral cresceu rapidamente, passando de US$ 4,2 milhões, em 2000, para US$ 20,5 milhões, em 2010.
Os dez principais parceiros africanos do Brasil são: Egito, África do Sul, Angola, Nigéria, Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quênia e Camarões. A cooperação Brasil-África inclui áreas relacionadas à agricultura tropical, energia e bioenergia, educação técnica, formação profissional, governo eletrônico, saúde e medicina tropical, meio ambiente, biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, Justiça, cultura, direitos humanos e esportes.
O envolvimento do Brics na África é visto sob duas perspectivas, de acordo com referências citadas por Gladys Lechini. "A [perspectiva] pessimista defende que eles [os países do Brics] desembarcaram no continente mascarados pelo neocolonialismo, e a visão otimista ou benevolente julga que a África tem uma oportunidade única para aproveitar o investimento do Brics para alavancar seu desenvolvimento, graças aos recursos minerais e naturais, principalmente energéticos, para continuar alimentando seu crescimento econômico".
Isso poderia ajudar no desenvolvimento do mercado consumidor africano, no desenvolvimento demográfico da África e na ascensão da classe média no continente, conclui a articulista.
Brasília – A adesão da África do Sul, em 2011, ao grupo do Brics – integrado ainda pelo Brasil, a Rússia, Índia, China – poderá facilitar uma abertura comercial importante para os países do Continente Africano, de acordo com artigo divulgado hoje (28) no Boletim de Economia e Política Internacional, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o artigo Brics e África: A Grande Incógnita, de Gladys Lechini, no momento, o desempenho dos outros países do Brics na África mostra "uma situação de atrito e concorrência", pois as nações africanas não mostraram ainda "intenção mais aberta e condições de cooperar".
O ponto favorável citado no artigo é que há, no continente, um quadro de redução substancial de conflitos regionais, além de bons índices de crescimento econômico, "principalmente devido às imensas reservas de recursos naturais como petróleo, gás e minerais", o que é visto como um atrativo para investimentos. Soma-se a isso a expansão da fronteira agrícola em novas áreas de cultivo de arroz e milho.
O Continente Africano cresceu, em 2010, a uma taxa de 5,4% e, em 2011, de 5,2%. Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012, a expansão da África ficará em 5,8%. Isso torna o continente mais atraente para o mundo, podendo-se vislumbrar a possibilidade de novos negócios, segundo o boletim do Ipea.
"Os países do Brics começam a chegar à África para promover sua própria estratégia africana", observa Gladys Lechini. "Eles são os principais investidores no Continente Africano, com mais de US$ 60 bilhões aplicados entre 2003 e 2009. O comércio deles com a África aumentou oito vezes entre 2000 [US$ 21,9 milhões] e 2008 [US$ 164,6 milhões]".
O estudo destaca que, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, "foram tomadas medidas importantes em relação aos estados africanos, respondendo à crescente demanda interna da população afrodescendente do Brasil, que significa a maior população de origem africana fora da África". Com isso, o comércio bilateral cresceu rapidamente, passando de US$ 4,2 milhões, em 2000, para US$ 20,5 milhões, em 2010.
Os dez principais parceiros africanos do Brasil são: Egito, África do Sul, Angola, Nigéria, Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quênia e Camarões. A cooperação Brasil-África inclui áreas relacionadas à agricultura tropical, energia e bioenergia, educação técnica, formação profissional, governo eletrônico, saúde e medicina tropical, meio ambiente, biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, Justiça, cultura, direitos humanos e esportes.
O envolvimento do Brics na África é visto sob duas perspectivas, de acordo com referências citadas por Gladys Lechini. "A [perspectiva] pessimista defende que eles [os países do Brics] desembarcaram no continente mascarados pelo neocolonialismo, e a visão otimista ou benevolente julga que a África tem uma oportunidade única para aproveitar o investimento do Brics para alavancar seu desenvolvimento, graças aos recursos minerais e naturais, principalmente energéticos, para continuar alimentando seu crescimento econômico".
Isso poderia ajudar no desenvolvimento do mercado consumidor africano, no desenvolvimento demográfico da África e na ascensão da classe média no continente, conclui a articulista.