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BRICS podem definir fundo de US$ 100 bi no começo de 2014

Segundo ministro russo, cinco grandes países emergentes podem iniciar já em 2014 a formação de um fundo de estabilização cambial de US$ 100 bilhões

Ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, durante conferência após encontro do G20 em Washington (Jonathan Ernst/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 20h29.

Washington - Os cinco grandes países emergentes que formam os BRICS podem iniciar já no começo de 2014 a formação de um fundo de estabilização cambial de 100 bilhões de dólares, disse nesta sexta-feira o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, indicando no entanto que houve poucos avanços na reunião do grupo nesta semana em Washington.

Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul causaram surpresa no ano passado ao começar a discutir a criação desse fundo e de um banco conjunto de desenvolvimento, com o objetivo de reformular uma arquitetura financeira global há décadas dominada por países ricos.

Mas os avanços têm sido lentos, e o banco, com um capital de até 50 bilhões de dólares, ainda está longe de estar operacional, devido a discordâncias sobre a divisão de custos e o local da sede.

Mas a expectativa de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) "atenue" seu esquema de compra de títulos públicos norte-americanos causou uma reversão no fluxo de dólares baratos que vinham alimentando a expansão dos BRICS, e isso tornou ainda mais urgente que fundos sejam disponibilizados para os países que enfrentam dificuldades na balança de pagamentos.

Numa reunião de cúpula dos BRICS em setembro, a China se comprometeu a entregar 41 bilhões de dólares para o fundo. Brasil, Índia e Rússia ofereceram 18 bilhões cada, e a África do Sul se dispôs a contribuir com 5 bilhões de dólares.

"Na próxima reunião dos BRICS, no começo de 2014, acredito que essa questão deverá ser discutida e que uma decisão final possa ser tomada", disse Siluanov em entrevista coletiva depois da reunião do G20, grupo que reúne grandes economias industrializadas e emergentes.

Mas o fundo só se tornará operacional depois que for ratificado pelos Parlamentos de todos os países membros.


A China, dona da maior reserva mundial de divisas e principal acionista do futuro fundo, quer ter um maior poder de gestão, segundo uma fonte dos BRICS.

"Eles sentem que, como estão dando mais, devem ter uma vantagem", disse a fonte.

Siluanov disse, após a reunião dos BRICS paralelamente ao G20, na quinta-feira, que as reivindicações chinesas não foram discutidas.

A China também deseja abrigar a sede do futuro banco de desenvolvimento, algo que segundo Siluanov continua sendo um dos principais tópicos a serem resolvidos.

Outra questão pendente, disse o ministro, é o volume inicial de capital, que pode ser de 10 ou 30 bilhões de dólares.

"Falamos a favor de contribuições em fases, de 10 bilhões de dólares em dez anos, para que não seja oneroso para o orçamento da Rússia e o orçamento de outros países", disse Siluanov.

Mas alguns dizem que a China deseja um capital maior para o banco.

"O Brasil e a Índia querem que o capital inicial seja partilhado igualmente. Sabemos que a China quer mais", disse uma fonte brasileira. "No entanto, ainda estamos negociando, não há tensões surgindo ainda." Siluanov disse que o grupo concordou em decidir isso "por meio de um consenso".

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Washington - Os cinco grandes países emergentes que formam os BRICS podem iniciar já no começo de 2014 a formação de um fundo de estabilização cambial de 100 bilhões de dólares, disse nesta sexta-feira o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, indicando no entanto que houve poucos avanços na reunião do grupo nesta semana em Washington.

Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul causaram surpresa no ano passado ao começar a discutir a criação desse fundo e de um banco conjunto de desenvolvimento, com o objetivo de reformular uma arquitetura financeira global há décadas dominada por países ricos.

Mas os avanços têm sido lentos, e o banco, com um capital de até 50 bilhões de dólares, ainda está longe de estar operacional, devido a discordâncias sobre a divisão de custos e o local da sede.

Mas a expectativa de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) "atenue" seu esquema de compra de títulos públicos norte-americanos causou uma reversão no fluxo de dólares baratos que vinham alimentando a expansão dos BRICS, e isso tornou ainda mais urgente que fundos sejam disponibilizados para os países que enfrentam dificuldades na balança de pagamentos.

Numa reunião de cúpula dos BRICS em setembro, a China se comprometeu a entregar 41 bilhões de dólares para o fundo. Brasil, Índia e Rússia ofereceram 18 bilhões cada, e a África do Sul se dispôs a contribuir com 5 bilhões de dólares.

"Na próxima reunião dos BRICS, no começo de 2014, acredito que essa questão deverá ser discutida e que uma decisão final possa ser tomada", disse Siluanov em entrevista coletiva depois da reunião do G20, grupo que reúne grandes economias industrializadas e emergentes.

Mas o fundo só se tornará operacional depois que for ratificado pelos Parlamentos de todos os países membros.


A China, dona da maior reserva mundial de divisas e principal acionista do futuro fundo, quer ter um maior poder de gestão, segundo uma fonte dos BRICS.

"Eles sentem que, como estão dando mais, devem ter uma vantagem", disse a fonte.

Siluanov disse, após a reunião dos BRICS paralelamente ao G20, na quinta-feira, que as reivindicações chinesas não foram discutidas.

A China também deseja abrigar a sede do futuro banco de desenvolvimento, algo que segundo Siluanov continua sendo um dos principais tópicos a serem resolvidos.

Outra questão pendente, disse o ministro, é o volume inicial de capital, que pode ser de 10 ou 30 bilhões de dólares.

"Falamos a favor de contribuições em fases, de 10 bilhões de dólares em dez anos, para que não seja oneroso para o orçamento da Rússia e o orçamento de outros países", disse Siluanov.

Mas alguns dizem que a China deseja um capital maior para o banco.

"O Brasil e a Índia querem que o capital inicial seja partilhado igualmente. Sabemos que a China quer mais", disse uma fonte brasileira. "No entanto, ainda estamos negociando, não há tensões surgindo ainda." Siluanov disse que o grupo concordou em decidir isso "por meio de um consenso".

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