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BRIC aprova criação de banco de desenvolvimento

A missão principal do banco será financiar projetos de infraestrutura nos países emergentes do grupo

Ministros das Finanças que participam do encontro do BRIC posam para uma foto oficial: os projetos a serem financiados deverão beneficiar principalmente a África (Elmond Jiyane/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 13h11.

Durban - Os líderes dos países emergentes do BRIC , reunidos em Durban, África do Sul, chegaram a um acordo, nesta terça-feira, para criar um banco de desenvolvimento comum destinado a financiar infraestruturas, que deverá atuar como uma espécie de Banco Mundial.

"Está feito", declarou o ministro sul-africano das Finanças, Pravin Gordhan, respondendo a uma pergunta da AFP sobre o desfecho das discussões entre os cincos países -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -- em nível ministerial antes da reunião de cúpula anual.

Os detalhes devem ser anunciados na quarta-feira pelos chefes de Estado e de governo dos cinco países, segundo Gordhan.

Mas um diplomata indiano deu a entender que este foi apenas um acordo de princípio, já que as questões técnicas serão deixadas para mais tarde.

O novo banco deve ser dotado de um capital inicial de 50 bilhões de dólares, ou seja, 10 bilhões por país.

Mesmo que tenha problemas para reunir essa soma que corresponde a 2,5% de seu produto interno bruto (PIB), a África do Sul fez dessa questão uma prioridade. Ela espera encontrar também um meio de financiar seu ambicioso programa de infraestrutura e também os projetos dos países vizinhos.

O país anfitrião intitulou a reunião de Durban "O BRIC e a África: uma parceria para o desenvolvimento, a integração e a industrialização".

Por trás do discurso político unificador, que consiste em dizer que o BRIC deve constituir uma força econômica e política para fazer frente às potências ocidentais, estão as apreensões africanas.


É de fato a presença cada vez maior da China na África, que suscita preocupação, com alguns considerando que os chineses não representam mais um país emergente, e que suas relações econômicas com o continente são, aparentemente, mais uma nova forma de colonialismo.

O dia começou justamente com a recepção do presidente chinês, Xi Jinping, pelo seu homólogo sul-africano Jacob Zuma durante uma visita de Estado a Pretória.

"Vemos os êxitos da China como uma fonte de esperança e de inspiração. A emergência da China nos dá lições e tentamos seguir o seu exemplo", declarou Zuma.

"Consideramos cada outra parte como uma prioridade (...) e como uma oportunidade para nosso próprio desenvolvimento", disse Xi.

O presidente chinês afirmou que espera que a cúpula de Durban tenha "resultados positivos e ajude a intensificar a cooperação entre os países do BRIC e os países africanos".

Os dois devem em seguida ir a Durban, onde Zuma deve se reunir com Dilma Rousseff e depois com o russo Vladimir Putin.

Preocupados com sua independência, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que reúnem 43% da população e produzem um quarto do PIB do planeta, querem se dotar de instituições e mecanismos comuns que os permitam contornar um sistema mundial atualmente dominado pelo Ocidente, do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Banco Mundial, passando pelas agências de classificação de risco.


Além da criação de um banco de desenvolvimento, o BRIC poderá também ter à disposição parte de suas reservas cambiais --4,4 trilhões de dólares, segundo Pretória, sendo três quartos de Pequim-- para que se ajudem mutuamente em caso de choque conjuntural.

Esse fundo comum, que os permitirá evitar um recurso ao FMI, deve ser dotado de 100 bilhões de dólares, de acordo com o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini.

Os cinco países também devem discutir as criações de uma agência de classificação de risco, de um mecanismo de resseguros, de um conselho de empreendedores e de uma instituição de classificação de universidades. Também discute-se a criação de um cabo submarino que permitiria transmitir dados em alta velocidade do Brasil para a Rússia via África do Sul, Índia e China, em um projeto de 1,2 bilhão de dólares.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, deve de juntar aos presidentes brasileiro, russo, chinês e sul-africano durante a noite para um jantar de gala, mas com o prato principal das conversas entre os cinco líderes previsto para a manhã de quarta-feira.

O encontro chegará ao fim na quarta à tarde com um evento organizado em um hotel de luxo cerca de cinquenta quilômetros ao norte de Durban, com uma delegação de chefes de Estado africanos, provenientes principalmente da Costa do Marfim, do Egito, de Moçambique, de Uganda, do Senegal e do Chade.

*Matéria atualizada às 13h10

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Durban - Os líderes dos países emergentes do BRIC , reunidos em Durban, África do Sul, chegaram a um acordo, nesta terça-feira, para criar um banco de desenvolvimento comum destinado a financiar infraestruturas, que deverá atuar como uma espécie de Banco Mundial.

"Está feito", declarou o ministro sul-africano das Finanças, Pravin Gordhan, respondendo a uma pergunta da AFP sobre o desfecho das discussões entre os cincos países -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -- em nível ministerial antes da reunião de cúpula anual.

Os detalhes devem ser anunciados na quarta-feira pelos chefes de Estado e de governo dos cinco países, segundo Gordhan.

Mas um diplomata indiano deu a entender que este foi apenas um acordo de princípio, já que as questões técnicas serão deixadas para mais tarde.

O novo banco deve ser dotado de um capital inicial de 50 bilhões de dólares, ou seja, 10 bilhões por país.

Mesmo que tenha problemas para reunir essa soma que corresponde a 2,5% de seu produto interno bruto (PIB), a África do Sul fez dessa questão uma prioridade. Ela espera encontrar também um meio de financiar seu ambicioso programa de infraestrutura e também os projetos dos países vizinhos.

O país anfitrião intitulou a reunião de Durban "O BRIC e a África: uma parceria para o desenvolvimento, a integração e a industrialização".

Por trás do discurso político unificador, que consiste em dizer que o BRIC deve constituir uma força econômica e política para fazer frente às potências ocidentais, estão as apreensões africanas.


É de fato a presença cada vez maior da China na África, que suscita preocupação, com alguns considerando que os chineses não representam mais um país emergente, e que suas relações econômicas com o continente são, aparentemente, mais uma nova forma de colonialismo.

O dia começou justamente com a recepção do presidente chinês, Xi Jinping, pelo seu homólogo sul-africano Jacob Zuma durante uma visita de Estado a Pretória.

"Vemos os êxitos da China como uma fonte de esperança e de inspiração. A emergência da China nos dá lições e tentamos seguir o seu exemplo", declarou Zuma.

"Consideramos cada outra parte como uma prioridade (...) e como uma oportunidade para nosso próprio desenvolvimento", disse Xi.

O presidente chinês afirmou que espera que a cúpula de Durban tenha "resultados positivos e ajude a intensificar a cooperação entre os países do BRIC e os países africanos".

Os dois devem em seguida ir a Durban, onde Zuma deve se reunir com Dilma Rousseff e depois com o russo Vladimir Putin.

Preocupados com sua independência, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que reúnem 43% da população e produzem um quarto do PIB do planeta, querem se dotar de instituições e mecanismos comuns que os permitam contornar um sistema mundial atualmente dominado pelo Ocidente, do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Banco Mundial, passando pelas agências de classificação de risco.


Além da criação de um banco de desenvolvimento, o BRIC poderá também ter à disposição parte de suas reservas cambiais --4,4 trilhões de dólares, segundo Pretória, sendo três quartos de Pequim-- para que se ajudem mutuamente em caso de choque conjuntural.

Esse fundo comum, que os permitirá evitar um recurso ao FMI, deve ser dotado de 100 bilhões de dólares, de acordo com o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini.

Os cinco países também devem discutir as criações de uma agência de classificação de risco, de um mecanismo de resseguros, de um conselho de empreendedores e de uma instituição de classificação de universidades. Também discute-se a criação de um cabo submarino que permitiria transmitir dados em alta velocidade do Brasil para a Rússia via África do Sul, Índia e China, em um projeto de 1,2 bilhão de dólares.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, deve de juntar aos presidentes brasileiro, russo, chinês e sul-africano durante a noite para um jantar de gala, mas com o prato principal das conversas entre os cinco líderes previsto para a manhã de quarta-feira.

O encontro chegará ao fim na quarta à tarde com um evento organizado em um hotel de luxo cerca de cinquenta quilômetros ao norte de Durban, com uma delegação de chefes de Estado africanos, provenientes principalmente da Costa do Marfim, do Egito, de Moçambique, de Uganda, do Senegal e do Chade.

*Matéria atualizada às 13h10

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