Economia

Brexit já afeta economia britânica, alerta Banco da Inglaterra

Segundo o presidente do banco, a incerteza sobre o futuro "está pesando sobre as decisões das empresas e lares e freia tanta a oferta como a demanda"

Mark Carney: o banco emissor britânico rebaixou hoje sua previsão de crescimento para este ano, de 1,9% até 1,7% (Frank Augstein/Reuters)

Mark Carney: o banco emissor britânico rebaixou hoje sua previsão de crescimento para este ano, de 1,9% até 1,7% (Frank Augstein/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 13h00.

Londres - O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, alertou nesta quinta-feira que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) já está afetando a economia britânica e freou possíveis investimentos no país.

A incerteza sobre a futura relação entre Londres e os sócios da UE "está pesando sobre as decisões das empresas e lares e freia tanta a oferta como a demanda", apontou Carney.

O banco emissor britânico rebaixou hoje sua previsão de crescimento para este ano, de 1,9% até 1,7%, e decidiu manter invariáveis as taxas de juros no nível mínimo histórico de 0,25%.

A entidade reduziu ainda sua perspectiva sobre o avanço dos salários, que, segundo os seus cálculos, será de 3% em 2018, ao invés do 3,5% que estimava até agora.

O presidente do Banco da Inglaterra sustentou que o processo do "Brexit" fez com que as companhias "estejam menos dispostas a oferecer maiores aumentos salariais, dado que não está claro qual será o seu acesso ao mercado (europeu) durante os próximos anos".

"O ritmo da velocidade da economia britânica, se me permite dizer assim, tem se tornado mais lento", declarou Carney.

Londres ativou no último dia 29 de março sua saída do bloco comunitário, um processo programado para ser concluído dois anos após essa data.

Em junho, Londres e Bruxelas começaram a negociar as condições do divórcio, um diálogo que a UE espera terminar em outono de 2018, a fim de que todas as partes possam assinar e ratificar o acordo antes da data limite de 29 de março de 2019.

Nas primeiras reuniões foram abordadas questões como os direitos dos cidadãos de ambos lados do canal da Mancha, a futura fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte e o acordo financeiro de saída do bloco europeu.

Segundo diferentes cálculos, Londres deve pagar aos 27 sócios restantes entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros em conceito de compromissos adquiridos antes de iniciar o "Brexit".

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