Brasileiros consomem mais refrigerante, diz pesquisa
Brasília - Pesquisa inédita feita pelo Ministério da Saúde mostra que o número de brasileiros que consome regularmente refrigerantes e sucos artificiais aumentou 13,4% em apenas um ano. Em 2008, 24,6% da população fazia uso da bebida cinco ou mais vezes na semana. Ano passado, esse porcentual subiu para 27,9%. "É um dado bastante preocupante, […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - Pesquisa inédita feita pelo Ministério da Saúde mostra que o número de brasileiros que consome regularmente refrigerantes e sucos artificiais aumentou 13,4% em apenas um ano. Em 2008, 24,6% da população fazia uso da bebida cinco ou mais vezes na semana. Ano passado, esse porcentual subiu para 27,9%. "É um dado bastante preocupante, sobretudo pela velocidade do crescimento", afirmou Deborah Malta, coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Refrigerantes estão muito associados a obesidade. A bebida, além de alto teor de açúcar, apresenta altas taxas de sódio - o que aumenta o risco para hipertensão e para pacientes com problemas renais. "Por isso, no trabalho não perguntamos se a bebida é light ou não. Nenhuma das apresentações faz bem à saúde", completou a coordenadora, também uma das responsáveis pela pesquisa, batizada de Vigitel.
A pesquisa revela ainda outro dado preocupante: o gradativo abandono do feijão do cardápio nacional. Em 2006, 71,9% dos ouvidos comiam pelo menos cinco vezes por semana o alimento. Ano passado esse índice caiu para 65,8%, o que representa uma queda de 8,4%. "O feijão é considerado um fator de proteção no cardápio. Fonte de ferro e fibras, ele forma uma dupla imbatível com arroz", disse Deborah.
Baseado em entrevista com 54.367 pessoas entre 12 de janeiro e 22 de dezembro do ano passado, o Vigitel detectou problemas, mas também uma mudança positiva no hábito alimentar do brasileiro. Num intervalo de três anos (2006 a 2009), houve um aumento do consumo recomendado de frutas e verduras no País. A Organização Mundial da Saúde considera que, para uma alimentação ideal, é preciso ingerir diariamente cinco ou mais porções de frutas e hortaliças. Em 2006, apenas 7,1% da população seguia essa recomendação. Ano passado, esse porcentual passou para 18,9%.
Mas o brasileiro ainda está longe de atingir padrão ideal. "Apesar do aumento, o consumo de frutas e verduras ainda é baixo. Sem falar que o consumo de carnes gordurosas, de leite com gordura é muito significativo", disse Deborah.
De acordo com estudo, quanto maior a escolaridade, melhor os hábitos alimentares: consumo regular de frutas, menor uso de carnes e leite com alto teor de gordura e menor consumo de refrigerantes. A exceção fica por conta do feijão: entre os mais escolarizados, o uso do alimento é menor.
A pesquisa também analisou dados sobre atividade física e sedentarismo. O trabalho indica baixos níveis de atividade física. O trabalho divulgado hoje mostra que apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas com a regularidade recomendada - 30 minutos diários, pelo menos cinco vezes por semana.
Vigitel mostra ainda que o número de sedentários aumentou 24% em três anos. Em 2006, havia 13,2% dos adultos inativos. Ano passado, esse porcentual passou para 16,4%.
Uma das explicações para a diferença é o aumento do sedentarismo entre mulheres. "Entre fatores considerados, está a atividade doméstica. Percebemos uma redução desse tipo de prática entre mulheres nos últimos anos", completou.
São Paulo é a capital onde se pratica menos atividade física. A campeã de atividades é Vitória.