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Brasil se mantém atrás no crescimento, diz FMI

Brasil, Argentina e Venezuela continuam no pódio dos países sul-americanos com piores marcas em 2014 e piores perspectivas para 2015, segundo o FMI

Sede do FMI: a confiança do setor privado continuou baixa no Brasil, mesmo depois de passada a incerteza das eleições (Chip Somodevilla/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 08h25.

Davos, Suíça - Brasil, Argentina e Venezuela continuam no pódio dos países sul-americanos com piores marcas em 2014 e piores perspectivas para 2015, segundo as novas projeções do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) para a América Latina.

Os três países também se destacaram, na quarta-feira, 21, por suas más condições, no debate sobre o contexto latino-americano promovido em Davos pelo Fórum Econômico Mundial.

O contraste do trio perdedor com países de melhor desempenho, como Colômbia, Peru e Chile, na América do Sul, e México, no Hemisfério Norte, foi ressaltado pela secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alícia Bárcena Ibarra.

Os três países prejudicaram e devem continuar prejudicando a média de crescimento da região. Segundo o FMI, a economia da América Latina e do Caribe deve ter crescido 1,2% no ano passado e poderá crescer 1,3% em 2015.

Para a Argentina as estimativas apontam contração econômica nos dois anos - de 0,4% em 2014 e 1,3% no próximo ano.

Para a Venezuela, os cálculos indicam uma sequência de dois grandes tombos, de 4% no ano passado e de 7% no ano seguinte, por causa da redução dos preços do petróleo. Os números para o Brasil ainda são positivos, embora muito ruins: 0,1% e 0,3%.

Para o Chile, as estimativas são de 1,7% e 2,8%. Para a Colômbia, de 4,8% e 3,8%. Para o Peru, de 2,5% e 4%. Para o México, de 2,1% e 3,2%.

Os sul-americanos, de modo geral, serão afetados pela baixa das cotações dos produtos agrícolas e dos metais, mas em vários países será mantido algum dinamismo.

Mas problemas internos também são importantes e o Brasil é apontado no documento do FMI como um caso exemplar.

Segundo a nota, a confiança do setor privado continuou baixa no Brasil, mesmo depois de passada a incerteza das eleições e "a atividade econômica é anêmica".

Do lado positivo, a nota menciona o compromisso das autoridades de controlar o déficit fiscal e conter a inflação. Na melhor hipótese, esse compromisso poderá fortalecer a confiança nas condições econômicas do País.

Commodities

Em Davos, os participantes do debate organizado pelo Fórum Econômico Mundial lembraram a prosperidade proporcionada pelos bons preços dos produtos básicos - uma etapa encerrada - e os novos desafios econômicos para a região.

O ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo Villareal, destacou a situação especial de seu país, menos dependente da venda externa de matérias-primas,

Trinta por cento dos trabalhadores mexicanos, afirmou, estão empregados em setores industriais dinâmicos. O ministro citou também o programa de reformas tocado por seu governo.

O jornalista venezuelano Moisés Naim, editor da revista americana Foreign Policy e conhecido oposicionista do governo bolivariano, chamou a atenção para a fragilidade das instituições na América Latina, comentou o populismo e apontou riscos políticos associados à redução do dinamismo econômico na região.

A pobreza foi reduzida nos anos de prosperidade, concordaram todos os debatedores, e a mudança do quadro econômico dificultará novos avanços na área social e favorecerá o surgimento de tensões. As manifestações de rua no Brasil foram mencionadas como exemplo.

No caso brasileiro, a necessidade de ajuste das contas públicas cria oportunidade para a discriminação das boas e das más despesas, comentou o ministro de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.

O ajuste também será ocasião, acrescentou, para um choque de confiança. Ele não discutiu, no entanto, as causas da desconfiança do setor privado, tema de uma pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os três países também se destacaram, na quarta-feira, 21, por suas más condições, no debate sobre o contexto latino-americano promovido em Davos pelo Fórum Econômico Mundial.

O contraste do trio perdedor com países de melhor desempenho, como Colômbia, Peru e Chile, na América do Sul, e México, no Hemisfério Norte, foi ressaltado pela secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alícia Bárcena Ibarra.

Os três países prejudicaram e devem continuar prejudicando a média de crescimento da região. Segundo o FMI, a economia da América Latina e do Caribe deve ter crescido 1,2% no ano passado e poderá crescer 1,3% em 2015.

Para a Argentina as estimativas apontam contração econômica nos dois anos - de 0,4% em 2014 e 1,3% no próximo ano.

Para a Venezuela, os cálculos indicam uma sequência de dois grandes tombos, de 4% no ano passado e de 7% no ano seguinte, por causa da redução dos preços do petróleo. Os números para o Brasil ainda são positivos, embora muito ruins: 0,1% e 0,3%.

Para o Chile, as estimativas são de 1,7% e 2,8%. Para a Colômbia, de 4,8% e 3,8%. Para o Peru, de 2,5% e 4%. Para o México, de 2,1% e 3,2%.

Os sul-americanos, de modo geral, serão afetados pela baixa das cotações dos produtos agrícolas e dos metais, mas em vários países será mantido algum dinamismo.

Mas problemas internos também são importantes e o Brasil é apontado no documento do FMI como um caso exemplar.

Segundo a nota, a confiança do setor privado continuou baixa no Brasil, mesmo depois de passada a incerteza das eleições e "a atividade econômica é anêmica".

Do lado positivo, a nota menciona o compromisso das autoridades de controlar o déficit fiscal e conter a inflação. Na melhor hipótese, esse compromisso poderá fortalecer a confiança nas condições econômicas do País.

Commodities

Em Davos, os participantes do debate organizado pelo Fórum Econômico Mundial lembraram a prosperidade proporcionada pelos bons preços dos produtos básicos - uma etapa encerrada - e os novos desafios econômicos para a região.

O ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo Villareal, destacou a situação especial de seu país, menos dependente da venda externa de matérias-primas,

Trinta por cento dos trabalhadores mexicanos, afirmou, estão empregados em setores industriais dinâmicos. O ministro citou também o programa de reformas tocado por seu governo.

O jornalista venezuelano Moisés Naim, editor da revista americana Foreign Policy e conhecido oposicionista do governo bolivariano, chamou a atenção para a fragilidade das instituições na América Latina, comentou o populismo e apontou riscos políticos associados à redução do dinamismo econômico na região.

A pobreza foi reduzida nos anos de prosperidade, concordaram todos os debatedores, e a mudança do quadro econômico dificultará novos avanços na área social e favorecerá o surgimento de tensões. As manifestações de rua no Brasil foram mencionadas como exemplo.

No caso brasileiro, a necessidade de ajuste das contas públicas cria oportunidade para a discriminação das boas e das más despesas, comentou o ministro de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.

O ajuste também será ocasião, acrescentou, para um choque de confiança. Ele não discutiu, no entanto, as causas da desconfiança do setor privado, tema de uma pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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