Exame Logo

Brasil precisa investir em tecnologia e infra-estrutura, diz Lula

Presidente discursou em reunião do Fórum Econômico Mundial em São Paulo, nesta quinta-feira (06/04)

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, em janeiro deste ano, mas compensou a falta ao marcar presença na versão latina do evento, realizada em São Paulo nesta semana. Lula fez um discurso descontraído de cerca de uma hora e meia nesta quinta-feira (06/04) a uma platéia de empresários, economistas, representantes de governos e de organizações, no qual abordou os mesmos pontos levantados nos painéis e discussões sobre a América Latina que marcaram o fórum desde seu início na quarta-feira (05/04).

Pregando o avanço da competitividade brasileira, Lula definiu três questões como prioridades para que o país consiga brigar por maior importância no cenário mundial: investimento em educação de qualidade, investimento em ciência e tecnologia, e melhorias na infra-estrutura. Para realizar todos, o presidente convidou os empresários a ajudá-lo. "Temos para oferecer um novo pólo de investimentos", disse.

Veja também

Lula disse que é preciso superar o que chamou de "preconceito" contra a América Latina para conseguir vender mais a outros países, principalmente os de maior valor agregado. "Queremos exportar um pouco mais de inteligência do Brasil", afirmou. Para isso, destacou como ponto fundamental a capacitação e o preparo da mão de obra. "Não depende de outros países [o avanço brasileiro], depende do projeto que nós queremos e construirmos", disse.

Para facilitar as exportações, o presidente afirmou que o governo trabalha na reforma de 11 portos e já soma, nos últimos três anos, 32 viagens a outros países da América do Sul, que tiveram como objetivo divulgar os produtos do país. Como exemplo do esforço, Lula falou ainda sobre uma viagem ao Japão, durante a qual teria convencido o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, a importar as mangas brasileiras fazendo-o provar - a contragosto - a fruta. "Ele me disse que não comprava a nossa manga por causa da mosca da fruta", contou o presidente, que na ocasião negou o problema e pediu que o próprio primeiro-ministro tirasse a prova. "Um mês e meio depois nós mandamos o primeiro carregamento de manga para o Japão", comemorou o presidente.

"Plantar" petróleo

Durante o discurso Lula mostrou que sua verdadeira aposta para a economia está no setor energético. "O Brasil será o maior fornecedor de energia renovável do século XXI", disse. Falando sobre o programa de biodiesel, o presidente disse que o Brasil está disposto a compartilhar a tecnologia de produção com os países da América Latina para que nenhum deles "fique refém do petróleo". "Não falaremos mais em prospectar petróleo, e sim em plantar petróleo';", disse.

Lula falou ainda sobre a Petrobras, que ao atingir a auto-suficiência petrolífera em 2006 garantirá, pela primeira vez, um superávit comercial. O valor positivo, disse o presidente, deve chegar a 3 bilhões de dólares em 2006.

Elogios à economia

Apesar de não se assumir candidato e não estar em campanha declarada, Lula gastou boa parte do discurso tecendo elogios à situação econômica brasileira. O presidente disse que o país pode estar crescendo a taxas baixas, mas reúne condições favoráveis como nunca antes: "Posso olhar na cara de cada empresário e dizer: não há nenhum momento da história econômica em que tenhamos pontos convergentes na economia como hoje".

Citou no discurso o desempenho da produção da indústria, que em fevereiro cresceu 5,4% contra o mesmo mês de 2005 e mostrou avanço principalmente nos setores de bens de capital e duráveis. A inflação também foi invocada por Lula, que afirmou que a taxa deve chegar em 2006 à metade do que era em 2002. "A economia nunca esteve tão solidamente pavimentada. Acumulamos lastro para crescer acima da taxa de 4% nos próximos anos", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame