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Brasil perde para México liderança na produção de veículos

Para 2015, a previsão é de que o setor automotivo brasileiro terá um dos desempenhos mais fracos entre os grandes mercados

Autoindústria: o México, com uma alta de 10%, passou a ter 3,3 milhões de unidades produzidas, superando a fabricação nacional e virando líder na América Latina (REUTERS/Nacho Doce)
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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 11h19.

Genebra - O Brasil perdeu para o México a liderança na produção de veículos na América Latina e, neste ano, pode também deixar de ser o quarto maior mercado de carros do mundo.

Os dados foram divulgados na quarta-feira, 4, pela Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica), durante o Salão do Carro de Genebra.

Para 2015, a previsão é de que o setor automotivo brasileiro terá um dos desempenhos mais fracos entre os grandes mercados.

No ano passado, a Oica aponta que a produção brasileira sofreu um tombo de 15,3%, o que fez o País registrar o pior resultado entre os dez principais produtores do mundo.

Com isso, o Brasil caiu da sétima colocação para a oitava no ranking dos maiores fabricantes globais, com 3,1 milhões de unidades.

O México, com uma alta de 10%, passou a ter 3,3 milhões de unidades produzidas, superando a fabricação nacional e virando líder na região.

Os números do Brasil vão na contramão dos de países ricos e dos emergentes. No mundo, segundo organização, o setor automotivo cresceu 3% em 2014 e, neste ano, deve assistir a outra expansão de 3%, tanto em produção quanto em vendas.

Em 2014, foram fabricadas em todo o mundo 89,5 milhões de unidades - um novo recorde.

Segundo as projeções da Oica, o volume deve chegar a 91 milhões em 2015 e, em 2020, a meta é atingir 100 milhões de carros por ano.

Para o secretário executivo da Oica, Yves van der Straaten, não resta dúvidas: "A crise acabou". Entre 2007 e 2009, a produção mundial havia despencado de 73 milhões de unidades para 61 milhões.

Vendas

No Brasil, no entanto, além da produção, as vendas também sofreram. Elas caíram 7%, para 3,4 milhões de unidades em 2014.

O País se manteve como o quarto maior mercado do mundo, mas passou a ter sua posição ameaçada pela Alemanha, que registrou uma expansão de vendas de 3,3 milhões.

Neste ano, o País pode perder essa posição se as previsões publicadas pelo setor no início da semana se confirmarem.

Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas sofrerão uma queda de 10% em 2015. A projeção inicial da entidade, feita em janeiro, era de queda de apenas 0,5%.

De acordo com Van der Straaten, o desempenho do setor no País foi afetado por uma restrição no crédito, pelo impacto de barreiras ao comércio exterior e até mesmo pela proliferação de feriados por conta da Copa do Mundo.

"O resultado é que o Brasil teve sua pior produção em cinco anos", disse.

O freio no mercado nacional rompe com praticamente uma década de expansão na América Latina. Em 2014, a região registrou um tombo de 11% em vendas em 17% em produção.

Na Argentina, a Oica aponta para um "colapso", com 36% de redução de vendas e 22% em produção. "O ano não foi bom para a região", disse Van der Straaten.

No que se refere ao Brasil, as vendas passaram de 1,7 milhão de unidades em 2005 para 3,8 milhões em 2012. Na produção, o Brasil registrava 2,5 milhões de unidades em 2005, passando a 3,7 milhões em 2013.

A expansão nacional ficou bem acima da média mundial do setor, de 34% entre 2005 e 2014. Mas a própria Oica alerta que preferiria "taxas mais sustentáveis para o Brasil."

China

Se o mercado brasileiro começa a encolher, os números das montadoras apontam que a China segue uma trajetória inversa. Hoje, um a cada quatro carros no planeta sai de fábricas chinesas.

Em 2005, essa taxa era de apenas 9%. A China, assim, superou a Europa, os Estados Unidos e o Japão como maior produtora. Em toda a América do Norte, a produção equivale a 19% do total mundial hoje. Na Europa, a taxa caiu de 28% para 19% em uma década.

As vendas seguem a mesma direção. Em 2005, 9% dos carros mundiais eram vendidos na China. Hoje, essa taxa chega a 27%, contra 23% na América do Norte e 17% na Europa.

O desempenho chinês revolucionou o mapa-múndi do setor automotivo. Em dez anos, a Asia registrou um aumento de 81% na produção e de 110% em vendas. Hoje, o continente asiático representa mais de 50% do mercado mundial de carros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Entre janeiro e outubro deste ano, as 28 montadoras associadas da Abeifa venderam 77.109 carros no país, queda de 16,9% na comparação com o mesmo período de 2013. Algumas montadoras, no entanto, registraram no período vendas com quedas bem mais expressivas. Veja, a seguir, 16 delas: As marcas associadas da Abeifa não possuem fábrica no Brasil.
  • 2. Aston Martin

    2 /18(Divulgação/Aston Martin)

  • Veja também

    Vendas até outubro 2013: 11 unidades
    Vendas até outubro 2014: 9 unidades
    Variação: -18,2%
    Participação de mercado: 0,01%
  • 3. Changan

    3 /18(RiveraNotario/ Creative Commons)

  • Vendas até outubro 2013: 1.043 unidades
    Vendas até outubro 2014: 138 unidades
    Variação: -86,8%
    Participação de mercado: 0,18%
  • 4. Chrysler

    4 /18(Reprodução/Chrysler.com)

    Vendas até outubro 2013: 411 unidades
    Vendas até outubro 2014: 268 unidades
    Variação: -34,8%
    Participação de mercado: 0,35%
  • 5. Ferrari

    5 /18(Benoit Tessier/Reuters)

    Vendas até outubro 2013: 34 unidades
    Vendas até outubro 2014: 24 unidades
    Variação: -29,4%
    Participação de mercado: 0,03%
  • 6. Hafei Motor

    6 /18(Divulgação/Hafei Motor)

    Vendas até outubro 2013: 1.909 unidades
    Vendas até outubro 2014: 451 unidades
    Variação: -76,4%
    Participação de mercado: 0,58%
  • 7. JAC Motors

    7 /18(Divulgação/Jac)

    Vendas até outubro 2013: 13.991 unidades
    Vendas até outubro 2014: 7.402 unidades
    Variação: -47,1%
    Participação de mercado: 9,6%
  • 8. Jeep

    8 /18(Divulgação/Jeep)

    Vendas até outubro 2013: 3.360 unidades
    Vendas até outubro 2014: 2.313 unidades
    Variação: -31,2%
    Participação de mercado: 3%
  • 9. Jinbei

    9 /18(Divulgação/Jinbei)

    Vendas até outubro 2013: 845 unidades
    Vendas até outubro 2014: 586 unidades
    Variação: -30,7%
    Participação de mercado: 0,76%
  • 10. Kia Motors

    10 /18(Divulgação/Kia Motors)

    Vendas até outubro 2013: 24.365 unidades
    Vendas até outubro 2014: 19.612 unidades
    Variação: -19,5%
    Participação de mercado: 25,43%
  • 11. Lamborghini

    11 /18(Simon Dawson/Bloomberg)

    Vendas até outubro 2013: 12 unidades
    Vendas até outubro 2014: 9 unidades
    Variação: -25%
    Participação de mercado: 0,01%
  • 12. Land Rover

    12 /18(Divulgação/Land rover)

    Vendas até outubro 2013: 8.911 unidades
    Vendas até outubro 2014: 7.846 unidades
    Variação: -12%
    Participação de mercado: 10,18%
  • 13. Porsche

    13 /18(Divulgação)

    Vendas até outubro 2013: 874 unidades
    Vendas até outubro 2014: 607 unidades
    Variação: -30,5%
    Participação de mercado: 0,79%
  • 14. RAM

    14 /18(Divulgação/RAM)

    Vendas até outubro 2013: 801 unidades
    Vendas até outubro 2014: 279 unidades
    Variação: -65,2%
    Participação de mercado: 0,36%
  • 15. Rolls Royce

    15 /18(Divulgação)

    Vendas até outubro 2013: 4 unidades
    Vendas até outubro 2014: 1 unidades
    Variação: -75%
    Participação de mercado: 0%
  • 16. Ssangyong

    16 /18(Divulgação)

    Vendas até outubro 2013: 1.043 unidades
    Vendas até outubro 2014: 786 unidades
    Variação: -24,6%
    Participação de mercado: 1,02%
  • 17. Suzuki

    17 /18(Divulgação)

    Vendas até outubro 2013: 4.138 unidades
    Vendas até outubro 2014: 2.887 unidades
    Variação: -30,2%
    Participação de mercado: 3,74%
  • 18. Agora, veja 50 automóveis mais vendidos em outubro no Brasil

    18 /18(Divulgação/Sala de imprensa Fiat)

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