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Brasil perde competitividade internacional, diz WEF

O Brasil perdeu mais posições em competitividade internacional. O ranking de competitividade mundial, feito pelo World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), com sede em Genebra (Suíça), mostra que o Brasil passou do número 52 no ranking, em 2002, para o 54a posição neste ano na pesquisa sobre competitividade, que avaliou 102 países. Se o modelo […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.

O Brasil perdeu mais posições em competitividade internacional. O ranking de competitividade mundial, feito pelo World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), com sede em Genebra (Suíça), mostra que o Brasil passou do número 52 no ranking, em 2002, para o 54aposição neste ano na pesquisa sobre competitividade, que avaliou 102 países. Se o modelo de cálculo deste ano tivesse sido aplicado em 2002, o Brasil teria ocupado a 45aposição naquele ano, o que significa que a queda teria sido de nove lugares no ranking em 2003. Em 2002, 80 países faziam parte do levantamento. Neste ano, são 102. No levantamento sobre competitividade dos negócios, o país está em 34aposição, perdendo um lugar nas duas comparações. O Brasil também está no 56ª posição no de corrupção.

O índice de competitividade reflete as perspectivas de crescimento no médio prazo. Os economistas e técnicos avaliam três grandes grupos de fatores para elaborar o ranking: ambiente macroeconômico, desenvolvimento de novas tecnologias e qualidade das instituições públicas. Para o levantamento de competitividade nos negócios, o WEF avalia o grau de sofisticação das operações e estratégias das empresas e a qualidade do ambiente de negócios. Em 34olugar na média, o Brasil recebeu boa colocação no índice sobre a sofisticação das empresas: 30ºlugar.

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Em tecnologia, o Brasil está em 35ºlugar e, no ranking de investimentos externos, o país é o oitavo. A melhor posição do Brasil foi no cálculo sobre o câmbio, graças à desvalorização do real no ano passado, que deixou o país na 3ªposição em competitividade relacionada à moeda. Esse fator ajudou o Brasil a perder ainda mais posições no ranking geral.

O Brasil está ainda no 100ºlugar na lista de spread bancário (a diferença cobrada dos clientes entre o custo de captação dos bancos e as taxas cobradas). Isto quer dizer que, de 103 países pesquisados, o setor bancário brasileiro é o terceiro que mais lucra com operações de crédito. Outro critério que contribuiu para a queda no ranking é o que se refere ao crime organizado. Dos 102 países avaliados, o Brasil ficou na 85ª posição nesse item.

A crise de confiança pela qual o Brasil passou em 2002, em decorrência do período eleitoral, já pode ser vista nos indicadores do World Economic Forum, que faz este levantamento desde 1979. Neste ano, foram ouvidos 8100 CEO (presidentes-executivos de empresas) em todo o mundo. As notas da América Latina vão de 1 a 7, sendo as mais próximas de sete as melhores posições, e as mais notas mais baixas indicam os fatores mais negativos.

As instituições públicas do Brasil perderam posições no ranking, passando de 4,45 para 4,27 neste ano. Isso quer dizer que o brasil está no sexto lugar na América Latina, contra o quarto lugar do ano passado. O Brasil também está mais corrupto na visão dos empresários entrevistados: passou do sexto para o oitavo lugar.

O economista Augusto Lopez Claros, do WEF, os executivos brasileiros tiveram cinco principais reclamações, nesta ordem:

  • Dificuldade no acesso a financiamentos, por causa das altas taxas de juros e da baixa oferta de crédito;
  • Alto grau de regulação da economia;
  • Alta carga tributária;
  • Ineficiência do setor público, por causa da burocracia existente em vários níveis;
  • Corrupção. Um exemplo dado recorrentemente pelos empresários foi a cobrança de propina exigida por funcionários públicos para a solução de problemas.

    Entre os países latino-americanos, Chile, México, El Salvador, Trinidad e Tobago, Uruguai e Costa Rica estão na frente do Brasil em potencial de crescimento. O Chile é o mais bem colocado, ficando em 28º lugar. Em nota, o Fórum explica que o Chile está mais bem colocado na região, que passa por diversas crises, e se aproxima das economias mais competitivas do mundo. Os dez primeiros colocados da lista são:

  • 1 - Finlândia
  • 2 - Estados Unidos
  • 3 - Suécia
  • 4 - Dinamarca
  • 5 - Taiwan
  • 6 - Cingapura
  • 7 - Suíça
  • 8 - Islândia
  • 9 - Noruega
  • 10 - Austrália

    Este ranking internacional de crescimento mostra a recuperação de economias da Alemanha e do Japão e declínio de países como Reino Unido, Canadá, Espanha, Portugal e França. A Finlândia se mantém em primeiro lugar em potencial de crescimento e passou os EUA no ranking de competitividade dos negócios.

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