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Brasil não deveria elevar tarifa de aço, diz Giannetti

O Brasil não deveria elevar a tarifa de importação de aço, mesmo que os Estados Unidos mantenham as medidas protecionistas adotadas no início deste mês. A opinião é de Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O comentário foi uma reação à proposta das siderúrgicas brasileiras de elevar de 9% para […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

O Brasil não deveria elevar a tarifa de importação de aço, mesmo que os Estados Unidos mantenham as medidas protecionistas adotadas no início deste mês. A opinião é de Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O comentário foi uma reação à proposta das siderúrgicas brasileiras de elevar de 9% para 30% a tarifa sobre o aço importado, em resposta aos Estados Unidos.

De acordo com Giannetti, a elevação da tarifa teria pouco efeito num embate comercial, já que o Brasil importa apenas 5% do aço que consome, e serviria apenas para aumentar o preço do aço no mercado interno -- isso ocorreria não por causa de elevação dos custos para as siderúrgicas nacionais, mas apenas porque elas competem com o aço importado e, diante de seu encarecimento, teriam margem para elevar seus preços também. "O setor já tem índices de competitividade e lucratividade razoáveis. Não há porque permitir esse aumento de preço só por causa de um fator extemporâneo como as medidas protecionistas americanas", disse Giannetti.

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O secretário-executivo da Camex duvida até da necessidade desse debate, pois acredita na queda das medidas protecionistas americanas. O Brasil propôs aos EUA que elevem de 2,7 milhões para 3,7 milhões de toneladas o limite de compra de aço brasileiro, e apresentou vários argumentos técnicos. "A pressão sobre o governo dos Estados Unidos é forte também internamente. As siderúrgicas de lá que não são verticalizadas e têm de comprar placas de aço para fazer seus produtos ficaram prejudicadas."

Sem fazer referência direta ao caso, Giannetti criticou o "protecionismo geriátrico" da siderurgia americana. O especialista lançou hoje, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o livro "Memórias de um Trader", com relatos sobre sua experiência de 25 anos em comércio internacional.

Na próxima segunda-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, receberá representantes do setor siderúrgico para discutir a questão do aço. Segundo o ministro, os argumentos do setor privado ajudarão na formulação das medidas que devem ser anunciadas no dia 26, após reunião da Camex.

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