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Brasil não aceita proposta da UE e dos EUA sobre agricultura, diz Amorim

O ministro Celso Amorim anunciou nesta quinta-feira (14/8), na Câmara, que o Brasil não aceita a proposta conjunta da União Européia e dos Estados Unidos sobre as negociações agrícolas com paises em desenvolvimento divulgada nesta quarta-feira (13/8). "A proposta não agradou o Brasil por que naquilo que ela é especifica é negativa e naquilo que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.

O ministro Celso Amorim anunciou nesta quinta-feira (14/8), na Câmara, que o Brasil não aceita a proposta conjunta da União Européia e dos Estados Unidos sobre as negociações agrícolas com paises em desenvolvimento divulgada nesta quarta-feira (13/8).

"A proposta não agradou o Brasil por que naquilo que ela é especifica é negativa e naquilo que poderia ser positiva é vaga" , disse Amorim, acresentando que se não houver progresso nas negociações sobre agricultura, em Cancun, o Brasil poderá trancar a pauta do encontro. O chanceler participou de audiência pública, na Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados e acrescentou que a decisão facilita o comércio para os produtores europeus e americanos e dificulta o acesso ao mercado dos paises em desenvolvimento.

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Os Estados Unidos e a União Européia chegaram a um acordo para reduzir os subsídios pagos aos seus fazendeiros e as taxas de importação que protegem seus agricultores. De acordo com Pascal Lemy, comissário de comércio da UE, o acordo inclui reduções substanciais no apoio financeiro dado aos agricultores nos Estados Unidos e na Europa. Entretanto, não foram revelados detalhes sobre números exatos ou prazos específicos. O acordo entre Washington e Bruxelas é ainda preliminar e muito vago. Por isso, autoridades nos países em desenvolvimento receberam a notícia com reservas.

Segundo Amorim, não há motivo para que o país permita avanços em outras áreas sem avançar na área agrícola. O embaixador defende o adiamento da implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), prevista para 2.005, se não for possível um acordo agora entre os paises ricos e os em desenvolvimento sobre abertura comercial e fim dos subsídios para a agricultura. Os limites das concessões dos dois blocos econômicos serão apreciados na reunião da OMC, em Cancun (México), em setembro próximo.

Em reportagem publicada no jornal americano The New York Times, o embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, representante do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), foi cauteloso. Estamos felizes com o anúncio. É bem vindo. Mas não é suficiente , disse. O embaixador da Índia na OMC, K.M. Chandrasekhar, foi mais enfático. Parece uma tentativa de forçar a entrada nos mercados em desenvolvimento sem nenhum compromisso por parte deles. Na minha opinião, isto não é viável."

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