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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.
A Rodada de Doha, praticamente paralisada por divergências entre os países participantes, ganhou novas condições de avançar nesta quarta-feira (4/5), com a celebração de um acordo sobre os critérios para o cálculo das tarifas alfandegárias para os produtos agrícolas. A proposta foi aprovada pela União Européia, Estados Unidos, Brasil, Austrália e Índia. Com isso, será possível prosseguir nas negociações para liberar o comércio internacional, conduzidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em geral, europeus e americanos estabelecem tarifas em euros ou dólares por tonelada de produto importado. Os países emergentes, como o Brasil e a Índia, reivindicavam que as tarifas fossem transformadas em uma porcentagem do preço da mercadoria o chamado critério ad valorem. A troca é importante para facilitar, no futuro, reduções de tarifas sobre as importações, segundo os países que defendiam a proposta.
A resistência de europeus e americanos a aceitar o critério de ad valorem praticamente travou as discussões. Nesta quarta-feira, porém, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou um acordo que incorpora essa modificação. "Era um ponto técnico, mas, sem avançarmos nisso, não poderíamos prosseguir com o restante da negociação", afirmou.
Segundo Amorim, o acordo reabre as portas para as negociações em torno das principais questões do comércio mundial, sobretudo a liberalização dos mercados mais desenvolvidos aos produtos agrícolas das nações emergentes, considerada o coração da Rodada de Doha. "Nós queremos avançar para a eliminação dos subsídios, mas tudo dependia deste passo inicial. Era como se fosse o apito inicial para o jogo", disse.