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Brasil e China defendem livre comércio e ajuda de países ricos

Os governos do Brasil e da China defenderam nesta quarta-feira (26/5) maior liberdade de comércio, principalmente quando se fala de produtos agrícolas. Eles também pediram a ajuda dos países ricos para os países em desenvolvimento, durante a Conferência do Banco Mundial (Bird) sobre o Combate à Pobreza, realizada em Xangai. Segundo o jornal britânico Financial […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

Os governos do Brasil e da China defenderam nesta quarta-feira (26/5) maior liberdade de comércio, principalmente quando se fala de produtos agrícolas. Eles também pediram a ajuda dos países ricos para os países em desenvolvimento, durante a Conferência do Banco Mundial (Bird) sobre o Combate à Pobreza, realizada em Xangai. Segundo o jornal britânico Financial Times, os apelos foram repetidos por quase todos os participantes do evento, oriundos de países com grandes problemas sociais.

Criticando a política agrícola das nações mais ricas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não é possível que se gastem dois dólares de subsídios por dia para cada cabeça de gado, enquanto metade da população mundial vive com menos do que isso. Lula também afirmou que a pobreza é "a pior de todas as armas de destruição em massa", em alusão a outro tema da conferência - os elevados gastos militares das nações desenvolvidas, em detrimento da ajuda aos países pobres.

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O presidente chinês, Wen Jiabao, disse que é necessária uma ordem mais justa e racional do mundo, em que os países desenvolvidos tenham "obrigação moral" de auxiliar os demais. Segundo Wen, a China está fazendo sua parte. Em duas décadas, forneceu as condições básicas de moradia, saúde e alimentação a 200 milhões de camponeses pobres.

Embora reconheça os avanços chineses, o presidente do Bird, James Wolfensohn, afirmou que o país deve se tornar também uma "potência moral e ética", além de despontar na liderança da economia mundial. Sem se referir diretamente à China, Wolfensohn disse que países que não combateram a desigualdade social enfrentaram ditaduras militares ou revoluções, numa alusão à crescente desiguladade social criada pela expansão econômica chinesa dos últimos anos.

Desaceleração

A China anunciou duas medidas para desaquecer sua economia. A primeira é a criação de restrições severas para o fluxo de capital especulativo que circula no país; a outra é uma profunda investigação sobre os financiamentos de automóveis, área de crescimento explosivo para os bancos chineses.

A investigação enquadra-se nos esforços do governo de regulamentar o mercado financeiro local e restringir o crédito, segundo noticiou o americano The Wall Street Journal. A notícia preocupa o mercado mundial, pois a implantação repentina de medidas de desaceleração poderá provocar uma queda brusca na expansão econômica da China.

Ao mesmo tempo, as autoridades anunciaram planos para conter a circulação de capital especulativo que aumenta a disponibilidade de moeda no país e alimenta a inflação. Os especuladores apostam que Pequim revalorizará a moeda nacional, yuan, e, por isso, depositaram grande quantidade de dinheiro nos bancos chineses a fim de lucrar com as taxas de juros maiores que as norte-americanas.

Energia

A China também está preparando uma lei para promover o uso de combustíveis renováveis. Atualmente, as fontes renováveis são praticamente desprezíveis nas estatísticas, com menos de 1% de participação da matriz energética, e espera-se que a lei as eleve para 10% até 2020, noticiou The Wall Street Journal.

Conforme o vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento, Zhang Guobao, "desenvolver as fontes renováveis é o único modo de a China sustentar o crescimento do consumo de energia". Os 10% de participação que tais combustíveis devem atingir até 2020 incluem também eletricidade gerada por pequenas hidrelétricas.

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