Economia

Brasil ajudará Paraguai a combater a aftosa

Em 50 dias, o Brasil vai ajudar o Paraguai no trabalho de investigação epidemiológica sobre um foco de febre aftosa registrado no último sábado, no Departamento de Boqueron, a 450 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul. O Brasil fornecerá kits para diagnósticos de 5.000 amostras virais. "Para a aftosa, esta distância não […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

Em 50 dias, o Brasil vai ajudar o Paraguai no trabalho de investigação epidemiológica sobre um foco de febre aftosa registrado no último sábado, no Departamento de Boqueron, a 450 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul. O Brasil fornecerá kits para diagnósticos de 5.000 amostras virais. "Para a aftosa, esta distância não representa nada", afirma Jamil Gomes de Souza, diretor substituto do Departamento de Defesa Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura brasileiro.

Além disso, técnicos brasileiros vão atuar na investigação da possibilidade de proliferação da doença naquele país. Para isso, é necessário que o Paraguai levante a atual situação de emergência a partir do abate, desinfecção e decretação do vazio sanitário na região.

De acordo com Dario Baungarten, ministro da Agricultura do Paraguai, seu país adotou todas as medidas de acordo com a regras sanitárias internacionais. O foco foi detectado numa comunidade indígena, onde havia 95 cabeças de gado bovino, 60 de ovinos e 160 de caprinos. As autoridades sanitárias recolheram 17 amostras sorológicas e constataram resultado positivo da doença em 15. No total, depois de uma rápida investigação o resultado foi de uma "taxa de ataque" de 35%, considerada altíssima. Foram isolados dois tipos de vírus, A e O. As informações são da Agência Brasil.

"Eles fizeram um atendimento rápido e, mesmo numa região isolada, detectaram os dois tipos de vírus. Além disso, a busca do apoio internacional marca nova época na transparência sobre a febre aftosa no continente", afirmou Gomes de Souza.

O Brasil é o principal mercado das carnes paraguaias e importa entre 65 e 70% do produto, o que rendeu US$ 10 milhões a economia daquele país, nos últimos dois meses, com a compra de 3,5 e 4 mil toneladas do produto. Também protege o próprio rebanho. O Brasil tem doado doses de vacina contra a aftosa. Hoje o Paraguai encerrou a imunização da maior parte do seu gado e, durante a campanha, utilizou um milhão de doses do imunizante doado pelo governo brasileiro.

Cone Sul

O Brasil começou nesta quarta-feira (16/7) gestões junto aos demais governos do Cone Sul para que aprofundem investigações sobre o surgimento de focos de febre aftosa em rebanhos do Paraguai e Bolívia. De acordo com Jânio Gomes de Souza, diretor substituto do Departamento de Defesa Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, "este trabalho é necessário para detectar se há relação entre os focos".

No foco identificado no Paraguai, comunicado oficialmente às autoridades sanitárias brasileiras no sábado, foi encontrado vírus dos tipos A e O. No caso da Bolívia, há uma suspeita de infecção do gado bovino em Potosi, no sudeste do país, a 600 Km da fronteira com o Mato Grosso. As autoridades bolivianas já comunicaram ao Brasil que há dez dias foi localizado gado doente com aftosa em Chuquisak.

No dia 20, o Ministério da Agricultura enviará um técnico ao Paraguai para auxiliar nas investigações sobre a aftosa constatada no departamento de Boqueron, a 450 Km do Mato Grosso do Sul.

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