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Bolsonaro pode deixar privatização de porto de Santos para fim do mandato

"A desestatização do sistema portuário é um objetivo do governo Bolsonaro mas Santos não está no começo da fila", afirmou a fonte

Porto de Santos: governo federal pretende privatizar a companhia Docas que administra o porto (Germano Luders/Exame)
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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2019 às 10h22.

Rio de Janeiro - O governo federal pretende privatizar a companhia Docas que administra o porto de Santos , o maior da América Latina, mas espera encontrar resistência e dificuldades e acredita que a concessão vai ficar para o final da fila de uma lista de terminais que terão sua gestão concedida, disse à Reuters uma fonte próxima às discussões

A primeira concessão entre as nove companhias Docas do país será a do Espírito Santo, de acordo com a fonte, acrescentando que os estudos sobre a privatização da gestão começaram no governo passado e estão em um estágio mais adiantado. As conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar na modelagem do processo também já foram iniciadas e o certame deve ocorrer no ano que vem, disse.

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"A desestatização do sistema portuário é um objetivo do governo Bolsonaro mas Santos não está no começo da fila. Um porto com a complexidade que ele tem não pode ser o primeiro caso. Vamos aprender a fazer, vencer barreiras e testar o mercado antes de conceder Santos", disse a fonte em condição de sigilo.

"A empresa Docas que já está redonda para ser concedida é a Codesa, do Espírito Santo. O BNDES vai ajudar a contratar consultores, estruturar os projetos e edital das companhias Docas do país. Dando certo, a Codesa vira um farol para os demais."

A ideia do governo é construir um processo de aprendizagem e testar o mercado com as concessões anteriores a do Porto de Santos, que é considerado a joia da coroa e aquele que deve atrair mais interessados para gerir o maior terminal do Brasil e responsável por escoar boa parte da produção nacional.

No entanto, a fonte estimou que a conclusão do processo só se tornaria viável entre o terceiro e quarto anos do governo do presidente Jair Bolsonaro. "O porto de Santos ainda nem entrou no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e se entrasse agora levaria ao menos um ano e meio para sair do papel", destacou.

Na véspera, o governador de São Paulo, João Doria, disse que, em conversa com Bolsonaro na terça-feira, o presidente manifestou interesse privatizar o porto de Santos e afirmou que o modelo de privatização deve ser anunciado no segundo semestre.

"É a visão do presidente Bolsonaro e é a decisão que ele manifestou, e provavelmente no segundo semestre deste ano o ministro (da Infraestrutura) Tarcísio Gomes de Freitas deve apresentar a estrutura e em que condições essa privatização ocorrerá. Mas eu entendo que ela é inevitável e é boa para o Brasil e para o continente latino-americano", disse Doria em entrevista a correspondentes estrangeiros na sede do governo estadual.

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