Ambiente regulatório no país preocupa investidores
As outras preocupações no mercado brasileiro são risco sistêmico de mercado, incerteza sobre novo ambiente regulatório, inflação e risco político
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 14h45.
São Paulo - O nível de regulamentação do governo foi apontado como o principal problema, com impacto na confiança do mercado global, para empresas no Brasil em 2013, na visão de áreas de relações com investidores do país consultadas pela empresa global de investimentos BNY Mellon, em pesquisa divulgada nesta terça-feira, 26.
No ano anterior, a principal preocupação era com o risco sistêmico de mercado. As outras maiores preocupações no mercado brasileiro, nesta ordem, são risco sistêmico de mercado, incerteza sobre novo ambiente regulatório, inflação e risco político.
Em âmbito global, a maior preocupação em 2013 era o risco sistêmico do mercado, enquanto em 2012 a maior preocupação era a estabilidade da zona do euro, disse nesta terça-feira, 26, Guy Gresham, diretor global da área de Inteligência em RI da BNY Mellon.
A pesquisa, que é realizada desde 2004, consultou 63 países, com 693 entrevistas, sendo 46 delas respondidas por empresas que atuam no Brasil.
Globalmente, os outros maiores riscos identificados pelos profissionais de RI em 2013 são político, incerteza sobre novo ambiente regulatório, estabilidade na zona do euro e sustentabilidade do crescimento do mercado emergente. "Para a maioria (72%), o cenário se deteriorou nos últimos quatro anos", afirmou o executivo.
Entre as principais metas do RI brasileiro estão ampliar ou melhorar o envolvimento com acionistas existentes e aumentar a liquidez (ambas 53%), seguidas por melhorar a divulgação (38%) e diversificar a base de acionistas (36%). As metas são apontadas na pesquisa em questões de múltipla escolha e, por isso, somam mais de 100%.
No âmbito global, ampliar ou aumentar o envolvimento com acionistas existentes é a principal meta (51%). A segunda é aumentar a responsabilidade do acionista internacional (46%), meta que tem prioridade menor no Brasil, onde ocupa a sétima posição (23%).
Perfil do RI
A pesquisa apontou ainda que os departamentos de RI das empresas brasileiras são os maiores de todas as regiões pesquisadas, com o maior número médio de profissionais (3,9) e pessoal de apoio (2,9). As empresas no mundo todo reportaram, em média, 2,4 profissionais e 1,5 pessoas de apoio.
O levantamento mostrou que as empresas brasileiras reportaram cerca de 200 reuniões individualizadas com investidores no Brasil, sendo mais de metade (117) feitas exclusivamente por diretores de RI. A média mundial é de 150 reuniões por ano, sendo 80 por diretores de RI.