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BNDES empresta 35% a mais no 1º bi, mas espera moderação

Instituição ainda aposta em moderação dos desembolsos no ano, considerando que as consultas e os enquadramentos caíram no período contra igual etapa de 2013

Presidente do BNDES, Luciano Coutinho:  banco de fomento divulgou que desembolsou 28,5 bilhões de reais em janeiro e fevereiro (Antonio Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 21h19.

Rio de Janeiro - Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) dispararam no primeiro bimestre de 2014, mas a instituição ainda aposta em moderação dos desembolsos no ano, considerando que as consultas e os enquadramentos caíram no período contra igual etapa do ano passado.

O banco de fomento divulgou nesta quinta-feira que desembolsou 28,5 bilhões de reais em janeiro e fevereiro, alta de 35 por cento sobre um ano antes, em resultado impulsionado pelo segmento de infraestrutura. Pouco mais da metade do valor, ou 14,9 bilhões de reais, foram via Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

De acordo com o Superintendente de Planejamento do BNDES, Claudio Leal, o grande montante relacionado ao PSI nos últimos meses pode ser atribuído a pedidos de empréstimos feitos por empresas no fim de 2013, quando foi anunciado pelo governo que as condições do programa mudariam e ficariam mais caras.

O BNDES não teve condições de atender à toda demanda e entre 4 bilhões e 5 bilhões de reais dos desembolsos dentro do PSI no primeiro bimestre de 2014 resultaram de pedidos realizados ainda no ano passado, disse Leal.

"Esse crescimento de 35 por cento nos desembolsos não representa uma tendência para o ano. Ainda é cedo para extrair conclusões em cima de um bimestre com movimentos atípicos e com eventos que não se repetirão", disse, citando ainda liberações importantes que ocorreram para obras no aeroporto de Viracopos e no metrô do Rio de Janeiro.

O BNDES vem sendo alvo de críticas por agentes econômicos pela presença crescente no mercado de crédito nos últimos anos, processo que começou no auge da crise financeira global entre 2008 e 2009, quando as instituições privadas pisaram no freio.


O aumento do tamanho do BNDES tem exigido sucessivas injeções de capital no banco via emissão de dezenas de bilhões de reais em títulos pelo Tesouro Nacional, elevando a dívida pública bruta nacional e também com algum efeito sobre a política fiscal, devido aos custos de linhas de crédito subsidiadas oferecidas pelo banco de fomento.

O governo federal tem dito que reduzirá gradualmente os aportes no BNDES. O banco, por sua vez, tem afirmado que espera "um cenário de maior moderação" nos desembolsos em 2014, depois dos 190,4 bilhões de reais no ano passado, alta de 22 por cento sobre 2012.

No primeiro bimestre, as consultas ao BNDES caíram 21 por cento na comparação com um ano antes, para 29,4 bilhões de reais. Os enquadramentos tiveram redução de 4 por cento, para 26,8 bilhões de reais. As aprovações também diminuíram, com variação negativa de 18 por cento, para 20,8 bilhões de reais.

Infraestrutura Lidera

Houve um crescimento de 82 por cento nos desembolsos para o setor de infraestrutura nos primeiros dois meses do ano, somando 9,8 bilhões de reais.

"O bom desempenho reflete, em grande parte, os desembolsos aos segmentos de transportes (logística), relacionados às concessões de aeroportos, rodovias e investimentos em metrô, principalmente", informou o BNDES.

As liberações da linha BNDES Finame, para aquisição de máquinas e equipamentos, ônibus e caminhões, principalmente, aumentaram 38,2 por cento, para 14,1 bilhões de reais.

Já para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o BNDES destinou 11,5 bilhões de reais no primeiro bimestre, com a realização de 165,8 mil operações, respondendo por 41 por cento das liberações totais do banco.

Na indústria, houve alta de 25 por cento nos desembolsos, a 8,5 bilhões de reais, com destaque para os segmentos de química e petroquímica e material de transporte.

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O banco de fomento divulgou nesta quinta-feira que desembolsou 28,5 bilhões de reais em janeiro e fevereiro, alta de 35 por cento sobre um ano antes, em resultado impulsionado pelo segmento de infraestrutura. Pouco mais da metade do valor, ou 14,9 bilhões de reais, foram via Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

De acordo com o Superintendente de Planejamento do BNDES, Claudio Leal, o grande montante relacionado ao PSI nos últimos meses pode ser atribuído a pedidos de empréstimos feitos por empresas no fim de 2013, quando foi anunciado pelo governo que as condições do programa mudariam e ficariam mais caras.

O BNDES não teve condições de atender à toda demanda e entre 4 bilhões e 5 bilhões de reais dos desembolsos dentro do PSI no primeiro bimestre de 2014 resultaram de pedidos realizados ainda no ano passado, disse Leal.

"Esse crescimento de 35 por cento nos desembolsos não representa uma tendência para o ano. Ainda é cedo para extrair conclusões em cima de um bimestre com movimentos atípicos e com eventos que não se repetirão", disse, citando ainda liberações importantes que ocorreram para obras no aeroporto de Viracopos e no metrô do Rio de Janeiro.

O BNDES vem sendo alvo de críticas por agentes econômicos pela presença crescente no mercado de crédito nos últimos anos, processo que começou no auge da crise financeira global entre 2008 e 2009, quando as instituições privadas pisaram no freio.


O aumento do tamanho do BNDES tem exigido sucessivas injeções de capital no banco via emissão de dezenas de bilhões de reais em títulos pelo Tesouro Nacional, elevando a dívida pública bruta nacional e também com algum efeito sobre a política fiscal, devido aos custos de linhas de crédito subsidiadas oferecidas pelo banco de fomento.

O governo federal tem dito que reduzirá gradualmente os aportes no BNDES. O banco, por sua vez, tem afirmado que espera "um cenário de maior moderação" nos desembolsos em 2014, depois dos 190,4 bilhões de reais no ano passado, alta de 22 por cento sobre 2012.

No primeiro bimestre, as consultas ao BNDES caíram 21 por cento na comparação com um ano antes, para 29,4 bilhões de reais. Os enquadramentos tiveram redução de 4 por cento, para 26,8 bilhões de reais. As aprovações também diminuíram, com variação negativa de 18 por cento, para 20,8 bilhões de reais.

Infraestrutura Lidera

Houve um crescimento de 82 por cento nos desembolsos para o setor de infraestrutura nos primeiros dois meses do ano, somando 9,8 bilhões de reais.

"O bom desempenho reflete, em grande parte, os desembolsos aos segmentos de transportes (logística), relacionados às concessões de aeroportos, rodovias e investimentos em metrô, principalmente", informou o BNDES.

As liberações da linha BNDES Finame, para aquisição de máquinas e equipamentos, ônibus e caminhões, principalmente, aumentaram 38,2 por cento, para 14,1 bilhões de reais.

Já para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o BNDES destinou 11,5 bilhões de reais no primeiro bimestre, com a realização de 165,8 mil operações, respondendo por 41 por cento das liberações totais do banco.

Na indústria, houve alta de 25 por cento nos desembolsos, a 8,5 bilhões de reais, com destaque para os segmentos de química e petroquímica e material de transporte.

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