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BID, FMI e BM declaram fim de festa para economia da AL

"A festa terminou e os ventos a favor se transformaram em ventos contra", ressaltou economista-chefe do BID, José Juan Ruiz

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 18h34.

Washington - A economia latino-americana enfrenta anos de baixo crescimento devido ao "fim da festa" provocado pela redução dos preços das matérias-primas, coincidiram nesta quinta-feira os chefes econômicos do Banco Mundial (BM), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

"Vai ser um ano complicado no crescimento na América Latina ", indicou José Juan Ruiz, economista-chefe do BID, em uma conferência no centro de estudos Brookings Institution de Washington. Ele acredita que é possível a região só crescer 1,5% em 2014.

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"A festa terminou e os ventos a favor se transformaram em ventos contra", ressaltou o economista-chefe do BID.

As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), de julho, situavam o crescimento na América Latina e no Caribe em 2% para este ano e em 2,6% para 2015, após rebaixarem os cálculos em outras duas vezes ao longo do ano.

No entanto, o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, já antecipou a algumas semanas que este dado seria revisado novamente para baixo na próxima reunião anual do Fundo, indicando que a região crescerá abaixo de 2% este ano.

Werner, também presente no encontro, ressaltou que a desaceleração está se dando em um contexto diferente do habitual graças "a estabilidade macroeconômica conseguida após um dos maiores booms" de comércio da história latino-americana recente, impulsionado pela grande demanda asiática e os altos preços das matérias-primas.

Augusto da Torre, economista-chefe do Banco Mundial, assinalou que a atual desaceleração percebida na região não "é a típica consequência do ciclo de auge e queda" já experimentado em períodos anteriores, e oferece mais margem para os governos.

Mas ele advertiu que as previsões situam o potencial de crescimento de médio prazo em torno de 3% anuais, percentual insuficiente para reagir aos desafios econômicos regionais frutos da crescente classe média, uma das grandes vitórias da América Latina na primeira década do século.

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