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BID considera "inédita" melhora do setor externo espanhol

O economista José Juan Ruiz detalhou que antes da crise, a economia espanhola registrava o segundo maior déficit em conta corrente do mundo em termos absolutos

Moedas de Euro sobre o mapa de Madri, na Espanha: o Banco da Espanha prevê que a economia caia neste ano 1,5% e que o desemprego chegue a 27,1%. (Sean Gallup/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 13h46.

São Paulo - O economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o espanhol José Juan Ruiz, qualificou nesta terça-feira como um caso inédito" o ajuste feito pelo setor externo da Espanha sem se recorrer a uma desvalorização da moeda e frisou que o momento de investir no país é "agora".

Em um evento organizado em São Paulo pelo Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC), que agrupa multinacionais espanholas, o Ruiz disse que a Espanha pode fechar este ano com um superávit em conta corrente de 1% do Produto Interno Bruto (PIB)

O economista detalhou que antes do início da crise internacional a economia espanhola registrava o segundo maior déficit em conta corrente (10% do PIB em 2007) do mundo em termos absolutos, atrás dos Estados Unidos, e o primeiro em termos percentuais,

"O ajuste externo foi espetacular", declarou Ruiz, para quem a evolução das exportações espanholas é um indicador de uma melhora nas condições econômicas do país. Ruiz acrescentou que este não é o único elemento positivo pois "estão ocorrendo muitas coisas na Espanha".

Ruiz, que foi diretor de estratégia e economista-chefe do Banco Santander antes de ocupar o cargo no BID, atribuiu a melhora do setor externo principalmente a um "aumento da produtividade muito forte" e, em menor medida, a uma diminuição dos salários.

Além disso, o economista espanhol comentou que as empresas intensificaram sua busca por mercados internacionais e considerou que o momento de investir na Espanha é "agora" e não dentro de cinco anos, quando segundo sua opinião o país voltará a estar no grupo dos mais dinâmicos da Europa.


O economista do BID destacou que a crise na Espanha não é "uma grande catástrofe macroeconômica" se for analisada a evolução do PIB, já que desde seu recorde histórico a economia do país registrou uma queda acumulada de 5%.

Em sua opinião, o ponto fraco está nas altas taxas de desemprego: "nossa autêntica crise é de emprego", disse Ruiz ao frisar que a Espanha houve uma destruiçao de 20% dos postos de trabalho no país.

O Banco da Espanha prevê que a economia caia neste ano 1,5% e que o desemprego chegue a 27,1%. Para Ruiz, esse fenômeno se deve ao forte dependência do setor imobiliário como gerador do emprego, área da economia que necessita muita mão de obra de pouca qualificação e que responde pela metade dos postos de trabalho que desapareceram na Espanha durante a crise.

O encontro em São Paulo, que também contou com a participação do diretor de estratégia e alianças da Telefônica, Eduardo Navarro, teve por objetivo apresentar as conclusões do documento "Espanha, um país de oportunidades", que analisa as perspectivas da economia do país.

A reunião faz parte de uma viagem internacional que percorre 23 capitais de três continentes organizada pelo CEC, grupo privado formado pelas principais multinacionais espanholas, entre elas Banco Santander, Repsol, BBVA e Iberdrola.

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Em um evento organizado em São Paulo pelo Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC), que agrupa multinacionais espanholas, o Ruiz disse que a Espanha pode fechar este ano com um superávit em conta corrente de 1% do Produto Interno Bruto (PIB)

O economista detalhou que antes do início da crise internacional a economia espanhola registrava o segundo maior déficit em conta corrente (10% do PIB em 2007) do mundo em termos absolutos, atrás dos Estados Unidos, e o primeiro em termos percentuais,

"O ajuste externo foi espetacular", declarou Ruiz, para quem a evolução das exportações espanholas é um indicador de uma melhora nas condições econômicas do país. Ruiz acrescentou que este não é o único elemento positivo pois "estão ocorrendo muitas coisas na Espanha".

Ruiz, que foi diretor de estratégia e economista-chefe do Banco Santander antes de ocupar o cargo no BID, atribuiu a melhora do setor externo principalmente a um "aumento da produtividade muito forte" e, em menor medida, a uma diminuição dos salários.

Além disso, o economista espanhol comentou que as empresas intensificaram sua busca por mercados internacionais e considerou que o momento de investir na Espanha é "agora" e não dentro de cinco anos, quando segundo sua opinião o país voltará a estar no grupo dos mais dinâmicos da Europa.


O economista do BID destacou que a crise na Espanha não é "uma grande catástrofe macroeconômica" se for analisada a evolução do PIB, já que desde seu recorde histórico a economia do país registrou uma queda acumulada de 5%.

Em sua opinião, o ponto fraco está nas altas taxas de desemprego: "nossa autêntica crise é de emprego", disse Ruiz ao frisar que a Espanha houve uma destruiçao de 20% dos postos de trabalho no país.

O Banco da Espanha prevê que a economia caia neste ano 1,5% e que o desemprego chegue a 27,1%. Para Ruiz, esse fenômeno se deve ao forte dependência do setor imobiliário como gerador do emprego, área da economia que necessita muita mão de obra de pouca qualificação e que responde pela metade dos postos de trabalho que desapareceram na Espanha durante a crise.

O encontro em São Paulo, que também contou com a participação do diretor de estratégia e alianças da Telefônica, Eduardo Navarro, teve por objetivo apresentar as conclusões do documento "Espanha, um país de oportunidades", que analisa as perspectivas da economia do país.

A reunião faz parte de uma viagem internacional que percorre 23 capitais de três continentes organizada pelo CEC, grupo privado formado pelas principais multinacionais espanholas, entre elas Banco Santander, Repsol, BBVA e Iberdrola.

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