Besi e Bradesco veem PIB desacelerando no 2º trimestre
O baixo crescimento do IBC-Br mostra que a economia caminha para uma leitura próxima de zero, segundo economistas
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 11h09.
São Paulo - O baixo crescimento de 0,12% em abril do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), somado a outros indicadores já referentes a maio, mostra que a economia caminha para uma outra leitura fraca do PIB no segundo trimestre, para algo próximo de zero.
A análise é do economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano.
"Com esse dado e com o que temos referente ao mês de maio caminhamos para outra leitura fraca de PIB, próxima de zero", disse.
De acordo com ele, o dado veio muito próximo do que o Besi espera, como alta de 0,20% em abril ante março e queda de 2,2% na comparação com abril do ano passado.
Segundo Serrano, essa taxa próxima de zero esperada para o PIB do segundo trimestre vai ficar negativa ou positiva dependendo do comportamento do varejo em maio e junho já que a indústria anda mostrando desempenho fraco.
"Os dados referentes ao mês de abril sugeriam uma atividade estagnada. Afinal, a indústria recuou 0,3% e o varejo ampliado cresceu 0,6%", disse o economista.
Ainda de acordo com Serrano, mesmo com uma recuperação no segundo semestre o PIB deve crescer apenas 1,2% em 2014.
Bradesco
Opinião semelhante tem o Bradesco, para quem a queda do IBC-Br de abril na comparação interanual é compatível com a expectativa do banco de desaceleração do PIB no segundo trimestre deste ano.
Na comparação com abril de 2013, o índice de atividade econômica calculado pelo Banco Central recuou 2,29%. Entre março e abril, o dado mostrou expansão de 0,12%.
"Levando em conta a queda do indicador na comparação interanual e considerando-se outros indicadores coincidentes referentes a abril e maio, continuamos acreditando que o PIB do segundo trimestre apresentará desaceleração ante o período anterior", diz o banco em relatório para clientes.
O Brasil registrou expansão de 0,2% no primeiro trimestre de 2014 ante o quarto trimestre de 2013.