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Ajuste fiscal forte vai provocar recessão, diz Belluzzo

Segundo economista, gestão das contas públicas precisa acompanhar o esforço de combate à inflação, mas com foco no crescimento

Luiz Gonzaga Belluzzo: "vimos que essa receita foi adotada na Europa e lá os resultados foram muito ruins", disse (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 20h22.

São Paulo - O ex-secretário de Política Econômica Luiz Gonzaga Belluzzo afirmou nesta quarta-feira, 26, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que há perigo de a economia entrar em recessão em 2015, caso o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, adote um ajuste fiscal muito forte.

A gestão das contas públicas precisa acompanhar o esforço de combate à inflação, mas com foco no crescimento do País, comentou Belluzzo.

Ele salientou que o próximo ministro da Fazenda, se seguir seu perfil de economista ortodoxo, poderá criar um ambiente de austeridade na economia que terá efeitos colaterais e será negativo para a sociedade, mesmo porque poderá reduzir com força o nível de atividade e elevar a taxa de desemprego.

"Vimos que essa receita foi adotada na Europa e lá os resultados foram muito ruins para a sociedade e para os trabalhadores", afirmou.

Belluzzo ressaltou que o governo não deveria "incorrer novamente no erro" de usar o câmbio valorizado de forma permanente para combater a inflação.

Coerência

O ex-secretário explicou ainda sua participação no abaixo-assinado online de intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff e agora cobram da presidente "coerência entre discurso de campanha e práticas de governo".

O documento tinha cerca de três mil adesões até a noite de ontem e afirma que "os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas".

Belluzzo diz que assinou o manifesto com o objetivo de solicitar coerência de Dilma no segundo mandato em relação ao programa de governo defendido durante a campanha eleitoral.

"Não sou contra Dilma ou Levy", afirmou. "A minha opinião pessoal é de que as propostas do programa de governo são boas e deveriam ser preservadas no seu segundo mandato."

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A gestão das contas públicas precisa acompanhar o esforço de combate à inflação, mas com foco no crescimento do País, comentou Belluzzo.

Ele salientou que o próximo ministro da Fazenda, se seguir seu perfil de economista ortodoxo, poderá criar um ambiente de austeridade na economia que terá efeitos colaterais e será negativo para a sociedade, mesmo porque poderá reduzir com força o nível de atividade e elevar a taxa de desemprego.

"Vimos que essa receita foi adotada na Europa e lá os resultados foram muito ruins para a sociedade e para os trabalhadores", afirmou.

Belluzzo ressaltou que o governo não deveria "incorrer novamente no erro" de usar o câmbio valorizado de forma permanente para combater a inflação.

Coerência

O ex-secretário explicou ainda sua participação no abaixo-assinado online de intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff e agora cobram da presidente "coerência entre discurso de campanha e práticas de governo".

O documento tinha cerca de três mil adesões até a noite de ontem e afirma que "os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas".

Belluzzo diz que assinou o manifesto com o objetivo de solicitar coerência de Dilma no segundo mandato em relação ao programa de governo defendido durante a campanha eleitoral.

"Não sou contra Dilma ou Levy", afirmou. "A minha opinião pessoal é de que as propostas do programa de governo são boas e deveriam ser preservadas no seu segundo mandato."

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