BC da Argentina lança novas medidas para acalmar mercados financeiros
País passa por uma forte turbulência financeira na qual o peso se desvalorizou mais de 10 por cento na semana passada
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de junho de 2018 às 12h54.
Buenos Aires - O banco central da Argentina anunciou nesta segunda-feira novas medidas para acalmar o mercado cambial, depois de uma forte turbulência financeira na qual o peso se desvalorizou mais de 10 por cento na semana passada.
A autoridade monetária disse que as reservas bancárias aumentarão em 5 pontos percentuais para depósitos à vista e a prazo, com um efeito total estimado de absorção de liquidez de cerca de 100 bilhões de pesos.
Operadores disseram que as exigências de reservas sobre instituições financeiras, que estavam em 20 por cento para poupança e colocação em conta corrente, aumentarão 3 pontos percentuais, para 23 por cento, e subirão para 25 por cento no mês que vem.
"O aumento na exigência será em 21 de junho de 2018 (3 pontos percentuais) e em 18 de julho de 2018 (2 pontos percentuais adicionais)", disse o comunicado.
Além disso, o banco central (BCRA) detalhou as ofertas em moeda estrangeira, em outro passo para tranquilizar o mercado de câmbio.
A instituição disse que fará oferta de até 400 milhões de dólares até esta terça-feira.
"Cada agente pode fazer até três ofertas, cada uma com um valor mínimo de um milhão de dólares, em incrementos de um milhão e sem limite máximo", informou.
Também foram flexibilizadas as exigências para que as entidades financeiras adquiram títulos públicos conhecidos como "Letes" em dólar no mercado secundário.
O banco central também autorizou os bancos a aumentarem sua posição global líquida em moeda estrangeira acima dos 5 por cento permitidos e 30 por cento de sua responsabilidade acionária computável (RPC), enquanto o excesso é integrado a Letes em dólares.
O anúncio das medidas vem após uma depreciação de mais de 10 por cento no preço do peso na semana passada e em face de uma oferta volumosa de Lebac na terça-feira.
Os mercados argentinos permanecem cautelosos e na expectativa após recente acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 50 bilhões de dólares e a dias da decisão a ser tomada pelo gestor do índice MSCI para incorporar ou não o país à sua referência de mercados emergentes.
Após o anúncio, o mercado de ações caía, liderado pela ações de instituições financeiras, enquanto o peso subia em relação ao dólar em meio à cautela.