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BC americano elevará juros com recuperação do trabalho

O número de contratações no mercado de trabalho americano cresce no ritmo mais acelerado dos últimos quatro anos. Em maio, foram empregados 248 mil trabalhadores

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

Os últimos dados sobre o mercado de trabalho demonstram que o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, irá elevar a taxa de juros na próxima reunião, em 30 de junho. O fim da "recuperação sem empregos", como foi denominada a recente retomada da economia americana, não justifica, entretanto, uma mudança abrupta na política monetária dos Estados Unidos. Na avaliação dos economistas do Bradesco, as contratações no mercado de trabalho, totalmente retraído no ano passado e que começou a crescer aceleradamente nos últimos meses, não levam à desistência do "gradualismo" na elevação da taxa.

Os economistas do Bradesco ressaltam que o fim da "recuperação sem empregos" ( jobless recovery ) significa que o Fed conseguiu cumprir um de seus objetivos ao reduzir os juros para o menor patamar das últimas décadas. Ou seja, o mercado de trabalho deixou de ser motivo para a manutenção de uma política monetária expansionista (com juros baixos e crédito barato).

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Ao mesmo tempo, a inflação ainda parece estar sob controle, dizem economistas. Como a taxa de participação da população no mercado de trabalho está em níveis muito baixos, e o aumento da produtividade reduziu consideravelmente os custos de produção, os preços não são afetados pela recente expansão do emprego. E "para a inflação, o relevante é a 'folga' existente no mercado de trabalho".

Para afetar os preços, o crescimento das contratações precisaria ser ainda mais intenso. Segundo cálculos do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, "seria necessária a criação de pelo menos 330 mil novas vagas por mês para manter a taxa de desemprego estável" e, também, para atender à demanda das pessoas que "abandonaram a força de trabalho por verem seus esforços de conseguir um emprego frustrados" e à demana do crescimento médio populacional dos EUA.

As previsões "ainda são praticamente consensuais de que também a inflação não levará a uma reversão abrupta da política monetária".

Emprego em maio

O Departamento do Trabalho do governo americano divulgou, nesta sexta-feira (4/6), que as empresas da área não-agrícola contrataram 248 mil trabalhadores em maio. Com isso, a média mensal deste ano subiu para 238 mil, o que representa o ritmo mais rápido dos últimos quatro anos. A taxa de desemprego ficou em 5,6% no mês.

Apesar de inferior ao patamar de 330 mil apontado pelo Bradesco, o número de contratações superou a expectativa de economistas americanos, segundo noticiou o The Wall Street Journal. Muitos analistas esperavam um aumento de 215 mil postos de trabalho.

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