Economia

Batalha contra inflação não está encerrada, mas houve grande progresso, diz presidente do BCE

Durante evento em Frankfurt, na Alemanha, ela lembrou que após o choque da pandemia da covid-19 o índice de preços ao consumidor esteve bem mais elevado

FILE PHOTO: European Central Bank President Christine Lagarde addresses the European Parliament during a debate on the 2018 annual report of the ECB in Strasbourg, France, February 11, 2020. REUTERS/Vincent Kessler/File Photo
 (Vincent Kessler/File Photo/Reuters)

FILE PHOTO: European Central Bank President Christine Lagarde addresses the European Parliament during a debate on the 2018 annual report of the ECB in Strasbourg, France, February 11, 2020. REUTERS/Vincent Kessler/File Photo (Vincent Kessler/File Photo/Reuters)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 24 de novembro de 2023 às 08h47.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira, 24, que a luta contra a inflação na zona do euro "não está encerrada", mas destacou o grande progresso já conseguido para levá-la de volta à meta de 2%.

Durante evento em Frankfurt, na Alemanha, ela lembrou que após o choque da pandemia da covid-19 o índice de preços ao consumidor esteve bem mais elevado, embora continue acima da meta. Segundo ela, o BCE "já fez bastante" no avanço dos juros, e agora pode "observar" o quadro, antes de decidir sobre os próximos passos.

Lagarde também comentou que há "missões incompletas" na zona do euro, e defendeu a conclusão da união bancária. Ela também disse que há "ótimos mercados" na Europa, mas "pequenos e fragmentados".

A presidente do BCE mencionou ainda o fato de que há uma união monetária, mas fragmentação na política fiscal, e disse que essa é uma dificuldade que "precisa ser resolvida".

BCE: Lagarde diz não ver fundação forte conjunta que poderia levar a moeda comum dos Brics

Lagarde, foi questionada sobre a possibilidade de que o grupo de emergentes Brics lançasse uma moeda própria e que pudesse acabar como um concorrente do euro. Durante evento em Frankfurt (Alemanha), Lagarde se mostrou cética sobre a possibilidade.

A autoridade citou os membros do Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e questionou se eles teriam "o suficiente em comum para se organizar conjuntamente". Segundo ela, uma moeda comum "não pode ser apenas algo legal", mas precisa partir de "algo mais importante, a expressão de sua soberania". Para ela, há "interesses comuns" no Brics, mas Lagarde disse não ver uma "fundação forte conjunta" que poderia levar a uma moeda comum desse grupo.

Criptoativos

No evento, Christine Lagarde deixou evidente sua avaliação negativa sobre os criptoativos. Ela fez críticas a esses ativos, e lembrou que eles muitas vezes são usados para fazer transações que caso contrário seriam vetadas, por serem ilegais. Além disso enfatizou o fato de que são "altamente especulativos".

A presidente do BCE disse que todos têm o direito de colocar seu dinheiro no que desejam, mas notou que é preciso estar disposto a, eventualmente, perder todo seu investimento, ao se adquirir criptoativos.

Em outro momento, a presidente do BCE falou sobre a potencial emissão de um euro digital mais adiante. Segundo ela, a alternativa é "mais uma oportunidade que uma ameaça, inclusive para os bancos". Lagarde disse que é importante manter cédulas e moedas como alternativa, para os que desejam, mas lembrou que é razoável se preparar para mudanças na forma como os pagamentos são feitos, com ênfase na confiança.

Lagarde ainda comentou o impasse recente sobre o orçamento da Alemanha. Nesta semana, a Justiça do país barrou uma tentativa das autoridades de realocar para projetos ambientais dinheiro que iria inicialmente a alívio financeiro por causa da pandemia, o que provocou um rombo nas contas. O governo anunciou ontem um plano de manter a suspensão de dispositivo que limita a dívida pública, e a Reuters reportou que o governo alemão impôs congelamento à maioria dos novos compromissos de gastos.

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