Economia

Bancos divergem sobre manutenção ou queda da taxa de juro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (19/06), às 14 horas, a taxa básica de juros (Selic). O mercado financeiro, que ontem voltou a especular sobre o valor do dólar, aguarda sem a mesma expectativa do mês passado. Acredito na manutenção do valor da taxa, mas não dá para prever […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (19/06), às 14 horas, a taxa básica de juros (Selic). O mercado financeiro, que ontem voltou a especular sobre o valor do dólar, aguarda sem a mesma expectativa do mês passado. Acredito na manutenção do valor da taxa, mas não dá para prever o comportamento dos negócios antes ou depois da divulgação. Levando em consideração o que aconteceu ontem, nenhum fundamento está realmente fazendo diferença para a volatilidade do câmbio ou da bolsa , afirma um analista do Citibank.

Ontem, o dólar comercial voltou a subir, fechando em alta de 1,91% (a 2,71 reais) isso sem a influência de fundamentos econômicos, fatos políticos ou internacionais. Na segunda-feira, o BC havia controlado a alta do dólar depois de uma operação de compra da moeda. Foi o mercado sinalizando para o Banco Central de que a intervenção vendendo dólares deveria ser mais forte.

A expectativa de hoje é de como o mau humor do mercado, até agora indomável pelo governo, irá influenciar na decisão do Copom. Boa parte do mercado acredita que serão mantidos os 18,5% -- o que adiaria mais uma vez os planos do BC de reduzir a taxa de juros. Acreditamos que a taxa não sofrerá alterações , afirmam analistas do Lloyds TSB. As razões que foram apontadas na ata da última reunião do Copom para a manutenção da taxa de maio ainda persistem . São elas: piora no risco-Brasil, depreciação cambial e projeções de inflação próximas ao teto estipulado pelo governo para 2002.

Desde o Copom de maio, a taxa de câmbio sofreu forte depreciação: em 20/05 o dólar valia 2,48 reais e em 14/06, 2,71 reais. No mesmo período, o risco-país se elevou de 928 pontos para 1 265 pontos. Por fim, a expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho, pelo menos para o CSFB (Credit Suisse First Boston), é de 0,6%, contra 0,21% em maio. Apesar da baixa do mês passado, esperamos elevação para junho e julho principalmente por conta da concentração de reajustes de preços administrados , diz o banco. Isso deve levar a inflação acumulada de 12 meses para 7,9% em junho e 7,3% em julho .

Para o CSFB, "a atividade econômica não seria estimulada significativamente com queda de juros no curto prazo". "O baixo ritmo da atividade econômica não seria revertido com uma queda de juros no curto prazo. Por outro lado, a inexistência de qualquer sinal de crescimento da demanda e a proximidade das eleições tornam baixa a probabilidade de o BC promover uma elevação de juros", completa.

O banco salienta ainda que a decisão do Banco Central de elevar a alíquota do compulsório de 10% para 15% configura um "aperto monetário". "Dessa forma, dificilmente o Banco Central daria um sinal contrário através do movimento de corte de juros."

O BBV Banco, em seu relatório diário de ontem, fez uma alteração em sua perspectiva para a divulgação da taxa básica de juros. "Antes da turbulência das últimas semanas, o BBV previa uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros", afirma o banco em seu relatório. Mas passou a prever uma queda de 0,25 ponto percentual depois dos últimos acontecimentos, como a subida do dólar e o aumento do risco-país. "A queda do juro é fundamental para a recuperação da credibilidade", afirma o relatório.

Horácio Lafer Piva e Mário Bernardino, presidente e vice da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) participam de audiência na Comissão de Economia, Indústria, Comércio e Turismo da Câmara para debater os juros e perspectivas econômicas no Brasil.

Eleições

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que, em um eventual governo de José Serra (PSDB), ele pode continuar no comando do BC. O depoimento foi dado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Serra já havia formalizado o convite a Armínio há duas semanas.

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fará apresentação na Comissão de Relações Exteriores da Câmara para explicar propostas para a área de relações internacionais. O tema é Política Externa e Defesa Nacional no Século XXI .

A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização ouve o candidato à Presidência pela Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB), Ciro Gomes, para falar sobre tramitação do Orçamento da União. Às 14h30, a Comissão votará destaques ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2003 (LDO).

O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, se reúne com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, para discutir a sucessão no Estado.

A comissão especial que analisa os projetos sobre a reforma política se reúne em audiência com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, e o ministro-chefe do gabinete institucional da Presidência, general Alberto Cardoso. Na reunião será debatida a segurança do processo eleitoral.

O plenário do Senado deve iniciar discussão de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que modifica a estrutura do Poder Judiciário.

Nova pesquisa eleitoral da CNI/Ibope deve ser divulgada nesta quarta ou quinta-feira. Para o final de semana é aguardada a pesquisa da CNT/Sensus.

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