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Bancos brasileiros são resistentes a crises, diz S

Os bancos brasileiros estão entre os mais resistentes às crises na América Latina nos últimos anos. "Eles passaram por várias crises tanto internas quanto externas na última década e foram bem sucedidos na adaptação a inúmeras mudanças no ambiente operacional em geral", afirma a agência de classificação de risco americana Standard & Poor s. A […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h10.

Os bancos brasileiros estão entre os mais resistentes às crises na América Latina nos últimos anos. "Eles passaram por várias crises tanto internas quanto externas na última década e foram bem sucedidos na adaptação a inúmeras mudanças no ambiente operacional em geral", afirma a agência de classificação de risco americana Standard & Poor s.

A S&P avalia, no entanto, que os bancos ainda enfrentam "desafios consideráveis e não há evidência de que tal situação vá se alterar de forma significativa ao longo de 2003". Para a agência, a qualidade dos ativos é a principal preocupação desses bancos e "eles precisam se esforçar para manter níveis aceitáveis de rentabilidade para criarem as provisões necessárias para cobrir possíveis problemas de crédito e manter níveis adequados de capitalização".

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Segundo dados do anuário Melhores e Maiores de EXAME, o patrimônio líquido dos bancos em 2001 foi de 38,292 bilhões de dólares, bastante acima dos 30 bilhões obtidos no ano anterior. Quanto ao lucro líquido ajustado, o cenário não foi tão favorável: déficit de 239,7 milhões para o setor no ano. Análise da Lafis, também na versão online de MM, aponta para um destaque do setor bancário brasileiro na América Latina. "Dos 10 maiores bancos, em empréstimos, na região, os quatro primeiros são brasileiros: O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco e o Ita", avalia a consultoria Lafis.

Para a agência americana, os bancos que sobreviveram às mudanças da economia brasileira a partir de 1994 têm se adaptado ao novo ambiente operacional, e superado as dificuldades impostas por crises importantes que vêm ocorrendo praticamente a cada ano desde 1997. "As razões para o sucesso dos bancos estão associadas à capacidade administrativa e à flexibilidade para lidar com mudanças na economia do país."

Mas isso não significa, para a S&P, que os bancos tenham conseguido se isolar dos riscos inerentes ao sistema bancário brasileiro. "Eles continuam carregando volumes significativos de títulos e valores mobiliários do governo federal e, portanto, estão expostos ao risco de crédito e de mercado desses títulos _que continuam sendo os principais riscos e afetam, direta ou indiretamente, todas as instituições financeiras que operam no país."

A agência alerta para a relação de interdependência entre o governo federal e o sistema bancário. "O governo precisa dos bancos para a rolagem de dívida, enquanto os bancos precisam aplicar em títulos de dívida pública, pois esses são o principal instrumento financeiro para gerenciar liquidez."

Setor privado

Outra fonte de preocupação para o mercado bancário é o risco de inadimplência do setor privado. "Os indicadores de qualidade de crédito dos empréstimos, tais como empréstimos problemáticos sobre o total de empréstimos e baixas de ativos contra a provisão para perdas, apresentam uma deterioração lenta, porém constante, e requerem um monitoramento contínuo ao longo do ano", afirma o relatório da S&P.

O total de empréstimos do setor bancário atingiu aproximadamente 24% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2002, representando um desafio de longo prazo para o sistema bancário e para a economia do país.

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