Economia

Economia brasileira se recupera mesmo com incerteza no exterior, diz BC

Atividade econômica no Sudeste cresceu 0,9% no trimestre até novembro, de acordo com dados de boletim regional do Banco Central

Avenida Paulista, em São Paulo: economia da região foi estimulada pela retomada consistente da produção industrial e do setor de serviços (Germano Lüders/Exame)

Avenida Paulista, em São Paulo: economia da região foi estimulada pela retomada consistente da produção industrial e do setor de serviços (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 10h36.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 11h38.

São Paulo — A economia brasileira continua em processo de “recuperação gradual” mesmo com aumento de incerteza no cenário externo. A avaliação está no Boletim Regional do Banco Central (BC), documento divulgado trimestralmente para detalhar a atividade econômica em todo o país. O relatório divulgado nesta terça-feira engloba os meses de setembro, outubro e novembro de 2019.

Em uma análise geral, o Banco Central ressaltou que os indicadores econômicos registram números compatíveis com “a continuidade do processo de recuperação gradual da economia”. O BC ressalta as taxas de expansão em setores produtivos, como nas vendas de comércio ampliado, com alta de 1,7% até novembro em comparação com o trimestre anterior.

O relatório também citou um aumento nas taxas do mercado de trabalho, como a elevação no nível de emprego pelo décimo trimestre seguido.

“O mercado de trabalho formal manteve trajetória de expansão, com elevação no nível de emprego pelo décimo trimestre em sequência, considerados dados dessazonalizados do Caged. Em todas as regiões, a criação líquida de postos de trabalho no trimestre finalizado em novembro ocorreu em volume superior ao de igual período de 2018”.

Por regiões, o boletim destacou a evolução no Sudeste, em que atividade econômica no trimestre foi impulsionada pela retomada da produção industrial e do setor de serviços. A região cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior. O BC também cita uma expansão no mercado de trabalho e de crédito.

O Norte cresceu 0,6% no trimestre que encerrou em novembro. O aumento nas vendas do varejo, a continuidade na recuperação de serviços e a produção agrícola recorde ajudaram a mitigar “os efeitos da retração da produção industrial”, segundo o BC.

Como destacado na edição anterior do boletim, o Nordeste segue um ritmo de crescimento mais lento do que as outras regiões, com uma taxa de 0,2%. O BC explica esse crescimento mais baixo pela recuperação gradual no mercado de trabalho, apesar de melhora nos índices da indústria de fabricação de petróleo e vestuários.

A região Sul, teve resultados econômicos que foram estimulados por crescimento no setor de comércio e serviços que compensaram pela queda na produção fabril e colheita menos favorável nas lavouras. O crescimento foi de 0,1% no trimestre.

Para o Centro-Oeste, o BC tem perspectiva positivas apesar de uma retração de 0,2% neste trimestre em comparação com o anterior, que foi impulsionado por uma colheita recorde. O relatório uma e queda nas atividades de agricultura, transporte e no setor público. Apesar do resultado há uma expectativa de aumento na safra de soja e nas exportações de carne.

Rio de Janeiro

Segundo o boletim, a economia no estado manteve trajetória de expansão registrando o quarto aumento consecutivo por trimestre. O BC ressalta crescimento na indústria “com o aumento da confiança do empresariado” e melhorias no setor de serviços e no mercado de trabalho. O crescimento foi de 1,3% no trimestre encerrado em novembro.

O volume de serviços não financeiros aumentou 4% no trimestre, impulsionado por resultados positivos nos serviços de informação e comunicação, de 6% e de serviços profissionais, administrativos e complementares, com um aumento de 8%.

A queda de 6,9% nas vendas de veículos, motos, partes e peças puxou pra baixo o comércio varejista ampliado, que registrou uma redução de 0,4% no trimestre. Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego se manteve estável em 14,8%, contra 14,7% no trimestre anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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