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Ata do Copom branda faz juros recuarem

Neste cenário, as taxas dos contratos futuros de juros recuaram, em especial nos vencimentos mais curtos

A ata do Copom, divulgada pela manhã, mostrou por um lado que o Banco Central está preocupado com inflação e, por outro, que há dúvidas sobre a recuperação da atividade (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 17h37.

São Paulo - O tom mais suave que o esperado da ata da última reunião do Copom disparou nesta quinta-feira a redução das taxas de juros na curva a termo. Após as comunicações mais recentes do Banco Central, o mercado esperava um documento que indicasse de forma clara o início do ciclo de aperto monetário em abril, mas a instituição mostrou cautela em relação ao cenário econômico ainda incerto.

Com isso, operadores e analistas ainda discutem quando, de fato, a Selic subirá. Neste cenário, as taxas dos contratos futuros de juros recuaram, em especial nos vencimentos mais curtos, com os investidores reduzindo as apostas de elevação da Selic no próximo encontro do Copom.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (703.380 contratos negociados) marcava 7,18%, ante 7,28% da véspera. O DI para janeiro de 2014 (721.685 contratos) estava em 7,84%, ante 7,96%, enquanto o vencimento de janeiro de 2015 (443.945 contratos) tinha taxa de 8,62%, ante 8,70% no ajuste.

Na ponta mais longa, a taxa do DI para janeiro de 2017 (175.420 contratos) estava em 9,38%, ante 9,40% na véspera. O contrato para janeiro de 2021 marcava 9,84%, ante 9,86%.

A ata do Copom, divulgada pela manhã, mostrou por um lado que o Banco Central está preocupado com inflação e, por outro, que há dúvidas sobre a recuperação da atividade. No documento, o Copom mencionou 11 vezes que há deterioração da inflação, usando expressões como "mais alta", "mais elevada", "aumento", "resistente" e "dispersão".

"O BC vai aguardar o reflexo da desoneração da cesta básica (anunciada sexta-feira) para tomar uma decisão", defendeu um operador da área de renda fixa. "A ata reforçou a percepção de que o aumento da Selic pode não ser em abril mesmo", disse o profissional, que segue apostando que a Selic ficará estável em 7,25% em 2013.


Essa cautela do Copom está ligada, pela leitura do mercado, às dificuldades da aceleração da atividade. O Copom voltou a citar, por exemplo, o "ritmo de recuperação da atividade econômica doméstica - menos intenso do que se antecipava", que se deve "essencialmente a limitações no campo da oferta".

"A ata foi bastante clara no sentido de indicar que o BC não pretende subir juros em abril, quando afirma que apesar da inflação resiliente, ainda vê um cenário econômico incerto e que, portanto, a política monetária deve ser conduzida com cautela", resumiu Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil.

Para ele, o BC elevará a Selic em 0,25 ponto porcentual, mas apenas em maio. Depois disso, a autoridade monetária deve manter um ritmo de 0,25 ponto porcentual de alta, até que a Selic atinja 8,25% ao ano.

Com o movimento de baixa visto nesta quinta-feira os DIs passaram a precificar 16 pontos-base de alta na reunião de abril - o que indica apostas divididas entre manutenção da Selic e alta de 0,25 ponto porcentual.

Na quarta-feira, antes da ata, os juros precificavam alta de 0,25 ponto porcentual no mês que vem.

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São Paulo - O tom mais suave que o esperado da ata da última reunião do Copom disparou nesta quinta-feira a redução das taxas de juros na curva a termo. Após as comunicações mais recentes do Banco Central, o mercado esperava um documento que indicasse de forma clara o início do ciclo de aperto monetário em abril, mas a instituição mostrou cautela em relação ao cenário econômico ainda incerto.

Com isso, operadores e analistas ainda discutem quando, de fato, a Selic subirá. Neste cenário, as taxas dos contratos futuros de juros recuaram, em especial nos vencimentos mais curtos, com os investidores reduzindo as apostas de elevação da Selic no próximo encontro do Copom.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (703.380 contratos negociados) marcava 7,18%, ante 7,28% da véspera. O DI para janeiro de 2014 (721.685 contratos) estava em 7,84%, ante 7,96%, enquanto o vencimento de janeiro de 2015 (443.945 contratos) tinha taxa de 8,62%, ante 8,70% no ajuste.

Na ponta mais longa, a taxa do DI para janeiro de 2017 (175.420 contratos) estava em 9,38%, ante 9,40% na véspera. O contrato para janeiro de 2021 marcava 9,84%, ante 9,86%.

A ata do Copom, divulgada pela manhã, mostrou por um lado que o Banco Central está preocupado com inflação e, por outro, que há dúvidas sobre a recuperação da atividade. No documento, o Copom mencionou 11 vezes que há deterioração da inflação, usando expressões como "mais alta", "mais elevada", "aumento", "resistente" e "dispersão".

"O BC vai aguardar o reflexo da desoneração da cesta básica (anunciada sexta-feira) para tomar uma decisão", defendeu um operador da área de renda fixa. "A ata reforçou a percepção de que o aumento da Selic pode não ser em abril mesmo", disse o profissional, que segue apostando que a Selic ficará estável em 7,25% em 2013.


Essa cautela do Copom está ligada, pela leitura do mercado, às dificuldades da aceleração da atividade. O Copom voltou a citar, por exemplo, o "ritmo de recuperação da atividade econômica doméstica - menos intenso do que se antecipava", que se deve "essencialmente a limitações no campo da oferta".

"A ata foi bastante clara no sentido de indicar que o BC não pretende subir juros em abril, quando afirma que apesar da inflação resiliente, ainda vê um cenário econômico incerto e que, portanto, a política monetária deve ser conduzida com cautela", resumiu Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil.

Para ele, o BC elevará a Selic em 0,25 ponto porcentual, mas apenas em maio. Depois disso, a autoridade monetária deve manter um ritmo de 0,25 ponto porcentual de alta, até que a Selic atinja 8,25% ao ano.

Com o movimento de baixa visto nesta quinta-feira os DIs passaram a precificar 16 pontos-base de alta na reunião de abril - o que indica apostas divididas entre manutenção da Selic e alta de 0,25 ponto porcentual.

Na quarta-feira, antes da ata, os juros precificavam alta de 0,25 ponto porcentual no mês que vem.

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