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Assessor da Presidência faz gesto obsceno ao saber de falha em avião da TAM

Marco Aurélio Garcia negou comemoração após a revelação de que reversor direito do avião estava desativado no dia do acidente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, e o assessor de imprensa do governo Bruno Gaspar reagiram com gestos obscenos à revelação, feita por reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, de que o avião da TAM que se acidentou em São Paulo nesta terça-feira (20/7) voava com um problema no reversor direito. A reação de ambos à reportagem foi flagrada por um cinegrafista (clique aqui para assistir às imagens exibidas pelo Jornal da Globo).

Em entrevista, Marco Aurélio Garcia negou que estivesse comemorando a revelação, que a princípio joga para a TAM o fardo da responsabilidade sobre o acidente. "Essas imagens que foram tomadas à revelia, de forma clandestina, refletem concretamente a minha indignação frente a uma determinada versão que se quis passar para a opinião pública, que creditava ao governo a responsabilidade de um acontecimento dramático. Eu digo que é indignação porque não se trata simplesmente de jogar a responsabilidade nas costas do governo. Trata-se de explorar uma tragédia na qual morreram 200 brasileiros, pelo menos. Então, isto é um sentimento de indignação, é uma reação privada que qualquer pessoa de bom senso teria neste momento", afirmou Garcia.

Desde o acidente desta semana, o governo tem sido questionado a respeito da gestão do sistema de transporte aéreo no país e dos investimentos para aeroportos importantes. Em entrevista coletiva, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, afirmou que o aeroporto de Congonhas é seguro, mas declarou que o crescimento da demanda exige um novo aeroporto em São Paulo e reformas para a ampliação dos aeroportos de Campinas e Guarulhos.

Até ontem, a TAM vinha afirmando que o Airbus 320 envolvido no acidente não havia apresentado falhas significativas em seus últimos voôs. Após a reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, a companhia divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que o reversor direito da aeronave havia sido desativado em condições previstas pelos manuais de manutenção da fabricante, a Airbus, e com a aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "O procedimento não configura qualquer obstáculo ao pouso da aeronave", afirma a nota, que também desmente a acusação de que o avião teria tido um pouso problemático em Congonhas um dia antes do acidente. "Também como destacado ontem o avião não tinha registro de nenhum problema de manutenção anterior. Portanto, a empresa reafirma que não teve registro de qualquer problema mecânico neste avião no dia 16 de julho".

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