S&P avisou: rating do Brasil pode ser rebaixado (AFP/Stan Honda)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2013 às 17h24.
São Paulo – Uma das notícias econômicas que mais chamou a atenção na semana foi a bronca que a agência de classificação de riscos Standard & Poor's deu no Brasil. Citando alguns fundamentos econômicos, a S&P revisou para baixo a perspectiva do grau de investimento do Brasil.
A inflação também deu o que falar, tanto pela divulgação do índice do mês de maio, quanto pela ata da última reunião do Copom.
Confira a seguir as principais notícias da semana sobre a economia do Brasil e do mundo.
S&P manda recado para o Brasil
O rating do Brasil, considerado hoje grau de investimento, corre risco. O recado foi dado na quinta-feira pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's, que reduziu a perspectiva das notas do país. O motivo? Fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista.
A agência espera outro “pibinho” para o Brasil em 2013. A projeção para o crescimento da economia é de 2,5%.
Com a ação, duas empresas brasileiras também receberam o recado da S&P: Petrobras e Eletrobras também foram revisadas para baixo.
Inflação sobe mais um pouco...
O IPCA, inflação oficial do Brasil, subiu mais um pouco em maio. Foi a menor taxa mensal em quase um ano, mas ainda assim, consumidores sentiram uma alta de 0,37% nos preços. Com isso, a inflação já está bem perto dos 3% no ano (2,88%) e continua preocupando o mercado.
Para reverter essa situação, a importância de políticas para combater a alta dos preços ganha importância. “Na nossa visão (o cenário) demanda uma resposta decisiva de política”, afirmou Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, em relatório.
... e dá dor de cabeça ao Copom
O Copom se reuniu na semana passada para decidir um aumento na taxa básica de juros brasileira. Nesta quinta-feira, foi hora de explicar o que causou a subida na Selic, com a publicação da ata do encontro. E o que está causando dor de cabeça nos diretores do Banco Central é ela: a inflação (mesmo antes da divulgação desta sexta-feira).
Os diretores do BC explicaram no documento que a política monetária deve se manter especialmente vigilante neste momento, indicando que mais alta de juros deve vir nas próximas reuniões. O Copom avalia que, no curto prazo, a inflação em 12 meses ainda mostra tendência de alta e que o cenário futuro ainda é desfavorável.
Europa encolhe de novo
Nesta semana, foi divulgada uma revisão sobre o crescimento do PIB da Europa no primeiro trimestre. Os números confirmam: a economia continua encolhendo, ainda que um pouco mais devagar.
O PIB dos países que adotam o euro como moeda caiu 0,2% nos três primeiros meses do ano. Ainda será divulgada em julho uma nova revisão do número, que não deve trazer surpresas.
Assim como a última reunião do Banco Central Europeu, que decidiu nesta semana deixar a taxa de juros da região como já está há um tempo, em 0,50%, e não surpreendeu.
Linhas de montagem a todo vapor
O Brasil nunca produziu tanto carro em um único mês quanto em maio. No mês, a produção brasileira cresceu pouco, apenas 0,3% sobre abril. Mas o número já foi suficiente para resultar num recorde de 348,1 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões. Os dados foram divulgados na quinta-feira pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automores).
Assim, a produção brasileira de veículos já soma 1,54 milhão de unidades em cinco meses. Até o final de dezembro, estima a Anfavea, o número deve chegar a 3,34 milhões de veículos.
Mudanças no IOF
E mais uma vez o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltou para a pauta. Na terça-feira, o governo reduziu de 6% para zero a alíquota do tributo para a entrada de capital estrangeiro em aplicações de renda fixa.
A medida foi elogiada internacionalmente. O Financial Times, por exemplo, disse que o Brasil "parece retornar à ortodoxia" econômica com a medida divulgada uma semana após o aumento do juro básico.
A medida é para o capital que vem de fora, mas também afeta o bolso de quem está aqui dentro, especialmente para investidores que têm títulos do Tesouro Direto.
Mais convidados para festa na bolsa
A bolsa entrou no radar dos investidores pessoa física em maio. Segundo informações da BM&FBovespa, o número de contas desse perfil chegou a 637.198 no mês passado, nível recorde. O valor histórico anterior era de 630 mil contas, registrado em setembro de 2010.
Ainda não foram divulgados muitos detalhes sobre o número, por isso não é possível definir neste momento o que motivou esse aumento no número de contas.
Poupança também brilhou
Os depósitos em poupança superaram os saques em R$ 5,625 bilhões em maio, segundo dados divulgados nesta semana pelo Banco Central. Assim, o investimento teve a segundo maior captação líquida do ano.
Nos cinco primeiros meses de 2013, a captação líquida de 18,822 bilhões de reais é recorde para o período, segundo a série histórica com início em 1995.
Empregos nos Estados Unidos
Boas notícias sobre o mercado de trabalho americano. Os empregadores dos Estados Unidos aceleraram as contratações em maio, um sinal de que a economia está crescendo, ainda de que de forma modesta.
Foram abertas 175 mil vagas de emprego no mês passado, segundo dados do Departamento de Trabalho do país divulgados nesta sexta-feira.
Anúncios no Japão
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, apresentou nesta semana uma estratégia de crescimento para a economia do país. A intenção é impulsionar o crescimento da economia e alcançar um crescimento do PIB de 2% neste ano.
Uma das propostas foi a criação de zonas econômicas especiais e até a realização de eventos e conferências internacionais para ajudar a impulsionar a entrada de investimentos no país.