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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h56.
O governo argentino autorizou nesta sexta-feira (2/7) a retomada das importações de carne bovina brasileira. A proibição vigorava desde o dia 23/6, depois que o Ministério da Agricultura anunciou a descoberta de um foco de febre aftosa no município de Monte Alegre, no estado do Pará. "Do ponto de vista econômico, o significado desse embargo tende a zero", diz José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria.
Mas, segundo Ferraz, a imagem da carne brasileira em outros mercados mais importantes estava em jogo. "Um episódio desse provoca um abalo de credibilidade."
O analista estranha as circunstâncias do veto, porque não se adotam embargos de importação, por causa de febre aftosa, de carne industrializada. "Não dá para explicar o que aconteceu, porque além de comprar apenas 20 mil toneladas anuais, a Argentina só consome carne industrializada brasileira. Nunca importou carne in natura."
A Rússia também voltou a autorizar as importações do país na quarta-feira (30/6), mas manteve o veto às compras de carne do Pará e do Mato Grosso. No caso deste estado, a proibição se dá por um acordo pelo qual estados vizinhos aos focos também precisam cumprir quarentena de até 12 meses. Apenas no período de embargo total russo, cerca de 15 dias, o Brasil deixou de embarcar 8,45 mil toneladas de carne bovina. Ainda assim, como o período foi relativamente curto, diz Ferraz, os prejuízos não são significativos.