Economia

Argentina reforça controles cambiais

A medida elevou de 20 para 35% o imposto sobre compras feitas com cartão fora do país e para compras de pacotes turísticos e passagens de avião


	A presidente da Argentina, Cristina Kirchner: governo havia negado recentemente que planejava endurecer as compras de divisas para o turismo
 (Michele Tantussi/Bloomberg)

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner: governo havia negado recentemente que planejava endurecer as compras de divisas para o turismo (Michele Tantussi/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 10h41.

Buenos Aires - A Argentina aumentou imposto sobre compras feitas com cartões de crédito no exterior e sobre a compra de dólares para viagens na tentativa de conter o consumo das reservas internacionais do país.

A medida, publicada no diário oficial do país, elevou de 20 para 35% o imposto sobre compras feitas com cartão fora do país e para compras de pacotes turísticos e passagens de avião.

Além disso, a medida elevou para o mesmo valor nas escassas compras de dólares por argentinos que o governo autoriza para viagens ao exterior.

O governo havia negado recentemente que planejava endurecer as compras de divisas para o turismo.

Ao tornar as viagens mais caras, o governo está buscando desencorajar os argentinos a irem ao exterior para comprarem produtos enquanto tenta interromper o rápido declínio das reservas internacionais.

Controles estritos impostos no final de 2011 restringiram a compra de dólares, moeda usada pelos argentinos para protegerem suas economias. A restrição fez a taxa cambial não oficial disparar em um crescente mercado negro da moeda norte-americana.

"Acreditamos que há uma drenagem de divisas que se dá através de operações de turismo, por distintos componentes", disse a jornalistas o chefe do Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich.

"Temos que ser muito cuidadosos na administração de reservas (...) para potencializar o crescimento da atividade econômica", afirmou.

O Tesouro da Argentina tem utilizado reservas do banco central do país para fazer frente a vencimentos de dívida e financiar gigantescas importações de energia.

As reservas, nesta semana, caíram abaixo dos 31 bilhões de dólares ante 43,29 bilhões no final de 2012. Analistas estimaram que o turismo argentino custa às reservas do banco central entre 600 milhões e 800 milhões de dólares por mês.

A escassez da moeda norte-americana deve-se a menores exportações por conta de um câmbio artificialmente valorizado que atingiu a competitividade do país e a baixos níveis de investimento estrangeiro no país diante da desconfiança gerada pelas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCâmbioImpostosLeãoMoedas

Mais de Economia

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Governo Lula aperta regra e trava R$ 47 bi em gastos dos ministérios até setembro; entenda

Petrobras anuncia alta de 7,1% no preço do querosene de aviação

Mais na Exame