Economia

Argentina anuncia saída do "corralito" bancário

País pagou nesta sexta-feira a última parcela de um bônus de 2,197 bilhões de dólares e deu por concluído o chamado "corralito", que congelou US$ 70 bilhões nos bancos

Ministério da Economia da Argentina: monitores exibem a contagem regressiva para o pagamento do "corralito" em Buenos Aires (Alejandro Pagni/AFP)

Ministério da Economia da Argentina: monitores exibem a contagem regressiva para o pagamento do "corralito" em Buenos Aires (Alejandro Pagni/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 11h35.

Buenos Aires - A Argentina pagou nesta sexta-feira a última parcela de um bônus de 2,197 bilhões de dólares e deu por concluído o chamado "corralito", que, em 2001, congelou 70 bilhões de dólares nos bancos, durante a pior crise econômica do país, informou o ministério da Economia.

"Terminamos de pagar o corralito", anunciou o site do ministério às 10H13 local (e de Brasília), ao chegar a zero o relógio que marcava a contagem regressiva para o pagamento da oitava e última cota do bônus Boden 2012.

"Sem dúvida, somos mais livres", acrescenta o texto sobre a liquidação do bônus emitido em 2005 por um total de 19,6 bilhões de dólares.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, destacou na noite de quinta-feira que o pagamento dos últimos bônus do confisco bancário de 2001, conhecido como 'corralito', marca o fim de um "ciclo histórico" no país.

"Hoje termina um ciclo histórico", disse Kirchner em seu gabinete para centenas de empresários reunidos por ocasião do 154º aniversário da Bolsa de Comércio, em referência ao confisco de 70 bilhões de dólares em depósitos bancários.


"Vamos cumprir com nossas obrigações", disse Kirchner. "O que pagamos é o dinheiro que deveria ter sido entregue pelos bancos aos cidadãos e cidadãs argentinos".

Durante seu discurso, a presidente relembrou a história da dívida argentina e garantiu que a situação mudou com a política de redução do endividamento iniciada em 2003 pelo então presidente e seu marido, Néstor Kirchner, já falecido.

Segundo a chefe de Estado, em 2002 a dívida pública representava 166% do Produto Interno Bruto, e hoje caiu para 41,8% do PIB.

O 'corralito' foi um dos fatos mais traumáticos da crise econômica, que resultou na queda do então governo de Fernando de la Rúa (1999-2001), em 20 de dezembro de 2001, em meio a uma rebelião popular que deixou cerca de 30 mortos.

Quatro dias mais tarde, depois da queda de De la Rúa, a Argentina declarava um default de 100 bilhões de dólares, o maior da história.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrise econômicaCrises em empresas

Mais de Economia

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

IPCA-15 de julho fica em 0,30%; inflação acumulada de 12 meses vai a 4,45%

Mais na Exame