Economia

Argentina ameaça devolver produtos brasileiros

Não é a primeira vez que os produtos alimentícios brasileiros enfrentam dificuldades no país, que ameaça retornar US$ 5,2 milhões em mercadorias

Situação das exportações para a Argentina irrita o governo Dilma, que promete medidas duras contra o país vizinho (Reuters)

Situação das exportações para a Argentina irrita o governo Dilma, que promete medidas duras contra o país vizinho (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2011 às 11h48.

São Paulo - A Argentina está ameaçando devolver balas, chocolates e confeitos vendidos pelo Brasil. Cerca de 15 fabricantes brasileiros já têm mais de US$ 5,2 milhões em mercadorias paradas nos depósitos dos importadores. A situação irritou o governo Dilma Rousseff, que estuda tomar medidas mais duras contra o país vizinho.

Segundo fontes do setor privado brasileiro, o Instituto Nacional de Alimentos (Inal) da Argentina interrompeu - sem explicar os motivos - a concessão dos certificados sanitários necessários para que os produtos circulem no país. O Inal é o equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

Nos últimos dias, um outro órgão do governo argentino, a Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), começou a notificar os importadores de que seus produtos estavam em situação irregular. A Afip informou que, dentro de 30 dias, os produtos devem ser devolvidos ao Brasil, ou será cobrada uma multa equivalente a até cinco vezes o valor da mercadoria.

Não é a primeira vez que os produtos alimentícios brasileiros enfrentam dificuldades na Argentina. No ano passado, a entrada dessas mercadorias foi barrada na fronteira, provocando filas de caminhões e prejuízos, como o vencimento da validade dos produtos e altos gastos com refrigeração. Agora, para evitar a mídia negativa, os argentinos adotaram outro expediente.

O setor privado já procurou o governo brasileiro. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) enviou uma carta ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pedindo medidas para liberar a circulação dos produtos. "Do ponto de vista da Fiesp, o limite de tolerância já superou o suportável. Achamos que a única forma de resolver é com retaliação. E é isso que vamos propor", disse Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da Fiesp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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