Arcabouço fiscal: relator diz que esboço do relatório está pronto e aguarda retorno do Planalto
Segundo ele, as negociações em torno do projeto neste momento giram em torno de pontos "mais sensíveis"
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2023 às 11h01.
Última atualização em 10 de maio de 2023 às 11h22.
O relator do projeto que cria o novo arcabouço fiscal , deputado Claudio Cajado (PP-BA), disse nesta quarta-feira, 10, que o esboço de seu relatório sobre o assunto está pronto e que agora espera devolutivas do Poder Executivo para poder avançar com a tramitação.
"Espero que até o final do dia eu tenha retorno das conversas feitas ontem (terça-feira) no Palácio do Planalto", disse ele durante entrevista à GloboNews. "É possível que possamos entregar amanhã (quinta-feira)", afirmou, acrescentando que também aguarda os desdobramentos de negociações com os partidos PSB e PSD que acontecerão hoje à tarde.
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"Se os encaminhamentos derem espaço para que concluamos o relatório até o final da noite, é possível que a gente divulgue na quinta-feira. Mas o timing para a disponibilidade do relatório vai estar atrelado à votação em plenário", disse Cajado.
"Se Lira quiser votar na próxima semana, podemos disponibilizar na quinta-feira", afirmou, referindo-se ao presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL)
Segundo ele, as negociações em torno do projeto neste momento giram em torno de pontos "mais sensíveis", entre eles os gatilhos e consequências do descumprimento da meta fiscal e os prazos em que o governo deve apresentar os dados de receitas e despesas.
Crime de responsabilidade
Claudio Cajado também disse haver negociações em andamento sobre punições pelo descumprimento das metas fiscais, mas rechaçou a hipótese de uma delas ser a imposição de crime de responsabilidade contra o presidente da República.
"Não estamos falando de crime de responsabilidade pelo presidente da República", disse ele durante a entrevista. "Não se fala de crime, mas de infração administrativa. Queremos que as metas sejam alcançadas e para isso temos que criar gatilhos no caso de atingimento destas metas, que não têm a ver com criminalização", acrescentou.
Cajado disse que seu objetivo é conseguir apoio amplo dos deputados ao arcabouço fiscal e que isso necessariamente exige votos da oposição e de deputados independentes. "Há proposta para que tenha sanções, contingenciamento. Foram feitas desonerações, isso trouxe redução grande no resultado de arrecadação. Tem gatilhos e tem questões", afirmou.
"Acho fundamental que tenhamos votação expressiva para que sociedade entenda que projeto do governo teve sim posição majoritária da Câmara dos Deputados", acrescentou.