Aprovação ao governo cai para 29%, segundo pesquisa CNI/Ibope

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua perdendo o apoio da população. Iniciada com o estouro do caso Waldomiro Diniz, a atual queda da credibilidade baseia-se no desgaste sofrido pelo governo federal para aprovar o salário mínimo de 260 reais no Congresso. Segundo pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta terça-feira (29/6), a aprovação do governo caiu de 34% em março para 29% em junho. O indicador é composto pelos que consideram o governo ótimo ou bom. Em junho do ano passado, o percentual era de 43%.

Ao mesmo tempo, o total de indivíduos que consideram o desempenho federal ruim ou péssimo cresceu de 23% em março para 26% neste mês. Em junho de 2003, o índice era de 11%. A pesquisa também apontou que a preocupação com o desemprego e com as taxas de juros contribuíram para deteriorar a avaliação federal. Neste sentido, a CNI afirma que a população ainda não sentiu os efeitos dos sinais positivos da retomada econômica

Conforme a pesquisa, o governo conseguiu conter a deterioração do apoio no Sudeste e na periferia das grandes cidades, mas sofreu retrocessos nas regiões Nordeste, Sul e em cidades médias (de 20 mil a 100 mil habitantes). Nas análises por faixa etária, nível de escolaridade e renda, o estudo encontrou variações negativas em todos os segmentos. A exceção é a parcela dos entrevistados que ganham acima de dez salários mínimos. Neste caso, a aprovação manteve-se praticamente estável entre março e junho, com índices de 32% e 34%, respectivamente.

Confiança menor

A avaliação pessoal de Lula também foi afetada. A diferença entre os que crêem e os que não confiam no presidente foi reduzida, conforme a CNI. Em junho, 54% da população disse acreditar em Lula, contra 43% que afirmam não confiar no presidente. Em março, os índices eram de 60% e 36%, nesta ordem.

A pesquisa foi realizada entre 17 e 21 de junho, com eleitores com mais de 16 anos de idade. Foram entrevistados 2 000 pessoas em 140 cidades. A margem de erro do estudo é de 2,2 pontos percentuais, e o grau de confiança é de 95%.