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Appy e Kawall são confirmados na equipe econômica de Mantega

Nomes contam com a simpatia do mercado, por demonstrarem alinhamento à política econômica atual

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou os primeiros nomes que comporão sua equipe nesta quinta-feira (30/3). Bernard Appy assumirá a secretaria executiva do ministério, deixando seu atual posto - o de secretário de Política Econômica. Já o economista Carlos Kawall, que ocupava a diretoria financeira do BNDES, assumirá o Tesouro Nacional.

Os nomes estavam entre os mais cotados pelo mercado, que esperava a indicação de assessores alinhados à atual política econômica e com um perfil bastante técnico. Este é o caso de Appy e Kawall. O primeiro já havia ocupado a secretaria executiva da Fazenda entre 2003 e 2005, quando foi deslocado para a secretaria de Política Econômica para substituir Marcos Lisboa, que havia pedido demissão. Tido como ortodoxo, Appy chegou a afirmar, no ano passado, que o país teria condições de elevar seu superávit primário para acelerar a queda da relação dívida/PIB - um dos principais obstáculos para que o Brasil alcance o grau de investimento das agências de risco.

Appy volta ao segundo posto mais importante da Fazenda no lugar de Murilo Portugal, que solicitou sua saída ao presidente "em caráter irrevogável", um dia após o Antonio Palocci se demitir do posto de ministro.

Já Kawall é visto pelos analistas como alguém com sólida formação acadêmica e conhecimento do mercado. Há 18 anos, o economista leciona na PUC de São Paulo. Durante oito anos, Kawall também foi o economista-chefe do Citigroup no Brasil. Além disso, o fato de já ter trabalhado com Mantega, quando este presidia o BNDES, reforçava as apostas em seu nome.

Otávio Ribeiro Damásio, atual secretário adjunto de Política Econômica, assumirá interinamente o cargo deixado por Appy. Já Kawall substitui Joaquim Levy, que deixou o Tesouro Nacional para assumir a vice-presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Mantega desperta apreensão no mercado pelo seu perfil desenvolvimentista, em oposição ao titular anterior do ministério, Palocci, que priorizava a estabilidade monetária. Como presidente do BNDES, Mantega criticou abertamente a política de juros do Banco Central. O temor é que o novo ministro relaxe a política fiscal, dando margens a maiores gastos, e a política monetária, ressuscitando o fantasma da inflação.

Ao nomear Appy e Kawall, porém, Mantega dá sinais de que não deve mexer nas atuais diretrizes econômicas, preservando a linha herdada de Palocci. O mercado reagiu bem às nomeações. A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o dia com alta de 0,74% e o dólar comercial recuou 1,12%, cotado a 2,189 reais.

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