Aposta em alta do juro tem mais adesões de especialistas
A taxa básica está no menor da história recente desde outubro do ano passado, quando o BC encerrou o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 08h40.
Brasília - A alta da inflação, que ganhou visibilidade com a "crise do tomate", pode levar o Banco Central a anunciar hoje o primeiro aumento da taxa básica de juros desde julho de 2011.
As apostas dos economistas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou ontem, vão desde a manutenção da taxa Selic, que serve de referência para o custo do dinheiro no Brasil, nos atuais 7,25% ao ano até uma alta de 0,5 ponto porcentual.
A maior parte do mercado, no entanto, espera um aperto menor, com elevação dos juros para 7,5% ao ano.
Após a recente virada no quadro de apostas para a decisão do Copom, o AE Projeções atualizou sua pesquisa entre os economistas do mercado financeiro, que, agora, passaram, em sua maioria, a esperar elevação da Selic na reunião de hoje.
A taxa básica está no menor da história recente desde outubro do ano passado, quando o BC encerrou o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011.
De 83 instituições consultadas, 53 projetam aumento da taxa básica de juros, enquanto as outras 30 preveem estabilidade, em 7,25%. Do grupo de 53 que espera um aperto monetário, a maioria (33) aguarda elevação de 0,25 ponto porcentual e outros 20 profissionais esperam 0,5 ponto.
Até a semana passada, a expectativa predominante no mercado era de manutenção dos juros na reunião de hoje e uma possível alta no fim de maio, quando serão divulgados os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. Na quinta-feira, 63 de 78 instituições consultadas previam estabilidade do juro em abril.
As apostas mudaram depois das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na última sexta-feira. Mantega afirmou que o governo vai tomar medidas, "mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros", para combater a inflação. No mesmo dia, Tombini disse que "não há nem haverá tolerância com a inflação".
Ataque
Ontem, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "qualquer necessidade de combate à inflação" poderá ser feita em um nível de juro bem menor do que o já vivido no Brasil em épocas anteriores. No primeiro ano de seu mandato, os juros chegaram a 12,5% ao ano. Disse ainda que o governo não negociará com a inflação e que não haverá "o menor problema em atacá-la sistematicamente".
Entre os argumentos para a alta da Selic estão ainda a decisão do governo anunciada ontem de reduzir o esforço fiscal a partir de 2013 e as declarações polêmicas da presidente Dilma sobre a política de combate à inflação. Há três semanas, ela se disse contrária a políticas que reduzam o crescimento da economia em prol do controle dos preços.
Outro fator que pode levar ao aperto monetário é a percepção generalizada da população de que há uma disparada dos preços, traduzida recentemente pela crise de tomate, um dos alimentos que ficaram mais caros neste ano.
Além disso, a inflação acumulada em 12 meses rompeu o teto da meta de inflação, fixada em 4,5% com dois pontos porcentuais de tolerância em março (o IPCA ficou em 6,59%).
Brasília - A alta da inflação, que ganhou visibilidade com a "crise do tomate", pode levar o Banco Central a anunciar hoje o primeiro aumento da taxa básica de juros desde julho de 2011.
As apostas dos economistas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou ontem, vão desde a manutenção da taxa Selic, que serve de referência para o custo do dinheiro no Brasil, nos atuais 7,25% ao ano até uma alta de 0,5 ponto porcentual.
A maior parte do mercado, no entanto, espera um aperto menor, com elevação dos juros para 7,5% ao ano.
Após a recente virada no quadro de apostas para a decisão do Copom, o AE Projeções atualizou sua pesquisa entre os economistas do mercado financeiro, que, agora, passaram, em sua maioria, a esperar elevação da Selic na reunião de hoje.
A taxa básica está no menor da história recente desde outubro do ano passado, quando o BC encerrou o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011.
De 83 instituições consultadas, 53 projetam aumento da taxa básica de juros, enquanto as outras 30 preveem estabilidade, em 7,25%. Do grupo de 53 que espera um aperto monetário, a maioria (33) aguarda elevação de 0,25 ponto porcentual e outros 20 profissionais esperam 0,5 ponto.
Até a semana passada, a expectativa predominante no mercado era de manutenção dos juros na reunião de hoje e uma possível alta no fim de maio, quando serão divulgados os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. Na quinta-feira, 63 de 78 instituições consultadas previam estabilidade do juro em abril.
As apostas mudaram depois das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na última sexta-feira. Mantega afirmou que o governo vai tomar medidas, "mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros", para combater a inflação. No mesmo dia, Tombini disse que "não há nem haverá tolerância com a inflação".
Ataque
Ontem, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "qualquer necessidade de combate à inflação" poderá ser feita em um nível de juro bem menor do que o já vivido no Brasil em épocas anteriores. No primeiro ano de seu mandato, os juros chegaram a 12,5% ao ano. Disse ainda que o governo não negociará com a inflação e que não haverá "o menor problema em atacá-la sistematicamente".
Entre os argumentos para a alta da Selic estão ainda a decisão do governo anunciada ontem de reduzir o esforço fiscal a partir de 2013 e as declarações polêmicas da presidente Dilma sobre a política de combate à inflação. Há três semanas, ela se disse contrária a políticas que reduzam o crescimento da economia em prol do controle dos preços.
Outro fator que pode levar ao aperto monetário é a percepção generalizada da população de que há uma disparada dos preços, traduzida recentemente pela crise de tomate, um dos alimentos que ficaram mais caros neste ano.
Além disso, a inflação acumulada em 12 meses rompeu o teto da meta de inflação, fixada em 4,5% com dois pontos porcentuais de tolerância em março (o IPCA ficou em 6,59%).