Após tarifas, Meirelles pede a Trump clareza em negociações
Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, tendo enviado à maior economia do mundo 4,7 milhões de toneladas em 2017
Reuters
Publicado em 14 de março de 2018 às 17h38.
Última atualização em 14 de março de 2018 às 18h15.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , cobrou nesta quarta-feira do governo do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , mais clareza sobre o que está disposto a negociar após impor pesada taxação sobre importação de aço e alumínio, acrescentando que o Brasil poderá entrar com representação contra o país junto à Organização Mundial do Comércio ( OMC ).
"A administração dos Estados Unidos diz que quer negociar, mas sobre o que? Precisam dizer", afirmou ele em inglês ao participar de um painel de discussão sobre perspectiva sobre a economia global durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em São Paulo.
Mais cedo, o presidente Michel Temer já havia dito que o Brasil deve ter cuidado na maneira como vai enfrentar a taxação imposta pelos EUA devido à importante relação entre os dois países mas que se não houver uma solução em breve, o país entrará com uma representação na OMC.
O governo dos EUA impôs na semana passada tarifas de 25 por cento sobre importações de aço e 10 por cento sobre importações de alumínio, abrindo exceção apenas para os produtos do Canadá e México. A reação nos mercados financeiros foi imediata, com os investidores temendo uma guerra comercial global.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, tendo enviado à maior economia do mundo 4,7 milhões de toneladas em 2017.
Meirelles também avaliou que o principal risco global é alguns presidentes de bancos centrais "ficarem atrás da curva" e a inflação surpreender, apesar de este não ser o cenário mais provável.
"A recuperação global não é tão forte, o que acho bom", acrescentou.
As principais economias globais estão ajustando suas políticas monetárias em compasso com os sinais de crescimento econômico, buscando com isso domar pressões inflacionárias.
Nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve, banco central do país, aumente a taxa de juros este ano mais do que se pensava anteriormente, com uma elevação na próxima semana e outras três em 2018, impulsionadas pelo sólido mercado de trabalho, apontou pesquisa Reuters nesta quarta-feira.