Após 30 dias, Temer ainda não telefonou para Trump para falar de taxas
Segundo fontes, governo brasileiro quer situação em torno da sobretaxação das importações de aço e alumínio nos EUA totalmente resolvida para fazer contato
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de abril de 2018 às 20h38.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 20h45.
Mais de um mês depois de anunciar que faria uma ligação para o presidente norte-americano , Donald Trump , o presidente Michel Temer ainda não oficializou o pedido de ligação para a Casa Branca.
Segundo fontes do Planalto, o governo brasileiro quer ter a situação em torno da sobretaxação das importações de aço e alumínio nos Estados Unidos totalmente resolvida para poder fazer o contato.
Oficialmente, a área internacional da Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que "não houve pedido formal para que fosse feito telefonema para a Casa Branca".
No dia 14 de março, durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em São Paulo, Temer afirmou que ligaria para Trump para discutir a medida que tem potencial de atingir em cheio a indústria siderúrgica brasileira.
Na semana seguinte, mesmo sem o governo americano emitir comunicado oficial, Temer anunciou, durante a abertura da 47ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que a sobretaxa de 25% no aço e a de 10% no alumínio seriam suspensas enquanto as conversas estivessem em curso.
"Soube agora de uma declaração da Casa Branca de que o Brasil é um dos países que começarão as negociações, que visam a eventuais exceções das tarifas de importação do aço e do alumínio", disse Temer na ocasião.
O presidente brasileiro acrescentou que, segundo mensagem recebida do governo de Donald Trump, as taxas não seriam aplicadas enquanto as conversações não forem concluídas. "Portanto, uma boa notícia", comemorou Temer.
Depois do anúncio, cresceu a expectativa de que Michel Temer ligasse para Donald Trump para agradecer a medida. Apesar disso, destacam agora auxiliares do presidente, como a situação ainda não está definida totalmente, "não há o que agradecer a Trump".
Interlocutores do presidente destacam que a relação entre os dois países é cordial e ressaltam, por exemplo, o anúncio feito pela Casa Branca no último dia 10 de que o vice-presidente dos Estados Unidos, o republicano Mike Pence, vai visitar o Brasil no mês de maio.
Pence, inclusive, representou Trump na Cúpula das Américas, onde teve a oportunidade de estar com Temer. Apesar disso, não houve uma definição bilateral.
Temer deve mesmo se encontrar com Trump na Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York.