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Analistas esperam manutenção de taxa do Copom

Apenas CSFB acredita que BC pode elevar a taxa em um ponto percentual

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

o conseqüente enfraquecimento do nível de atividade tende a diminuir a taxa de repasse da depreciação cambial para os preços. Isso é totalmente coerente com o regime de câmbio flutuante , diz o banco. A política monetária deve se ater não à depreciação cambial em si, mas sim ao efeito inflação causado por ela. Ou seja: o repasse da depreciação cambial para os preços ao consumidor.

O BBV Banco acredita que a preocupação do BC com a inflação é legítima. Em relação à inflação corrente, a segunda prévia do Índice Geral de Preços (IGP) do mês de outubro, de 2,81%, registra a maior segunda prévia de inflação medida pelo índice da Fundação Getúlio Vargas desde agosto de 1994. O IGP-10, por sua vez, bateu recorde de três anos. Em relação às expectativas de inflação de 2003, a projeção média de mercado para a inflação ao consumidor passou de 5,85% para 6,62% no último (relatório do BC) Focus. Esse valor está acima do teto da meta fixado para o próximo ano, de 6,5%. São aumentos significativos, ainda mais se considerarmos que ocorreram logo após o choque de juros da última reunião extraordinária , afirma o BBV. Como se não bastasse, a depreciação cambial, pano de fundo dos aumentos de preço, apenas se acentuou desde a última reunião extraordinária. Enquanto a Ptax (taxa mediana da cotação diária do dólar segundo o BC) do dia 14/10, data da última reunião do Copom, era de 3,85 reais por dólar, a Ptax do início desta semana era de 3,938 reais por dólar.

Se o cenário da inflação está assim tão ruim e o dólar vale mais hoje do que no dia da última reunião do Copom, não seria lógico acreditar que a taxa de juros será novamente elevada? Para o BBV, não. As taxas correntes de inflação divulgadas nesta semana ainda são referentes ao período anterior à última reunião do Copom. E mesmo se fossem posteriores, é bom lembrar que o reflexo da taxa de juros nos preços ao consumidor não ocorre em menos de 6 meses. Por isso, esse choque de juros terá impacto na inflação apenas em meados de 2003 , diz o banco. Por isso, é de se esperar que o último choque de juros tenha reflexo mais acentuado nas projeções das próximas semanas.

Lloyds TSB

O Lloyds TSB também não acredita em outra elevação da taxa, e cita a imagem do BC como justificativa. Os sinais emitidos pelo Copom nos últimos meses têm sido difíceis de antecipar, deixando a impressão de que o comitê tem sido surpreendido não só pelos choques externos, mas também pelos resultados das políticas adotadas recentemente pelo BC , afirmam os analistas do banco. A princípio, a taxa básica de juros foi ajustada para que a meta de inflação estabelecida para 2003 tenha maiores chances de ser atingida e não deve mudar no curtíssimo prazo. Uma decisão contrária descaracterizaria a justificativa utilizada para a elevação dos juros em uma reunião extraordinária.

CSFB

Já os economistas do Credit Suisse First Boston acreditam que os altos índices de inflação recém divulgados justificam um aumento de até 1 ponto percentual da Selic. A ata da última reunião justificava o aumento de 18% para 21% pela projeção de inflação para 2003. Nas nossas contas, o BC espera taxa superior a 6% em 2003 e um câmbio estável em 3,90 reais por dólar. A probabilidade do Copom elevar a taxa de juros, portanto, é grande , diz o CSFB. As projeções de inflação da instituição estão bem acima do esperado pelo BC: 7,9% para 2002 e 10% para 2003 com taxa de câmbio de 3,50 reais por dólar em ambos os períodos.

Indicadores do hoje

O BC realiza pela manhã mais uma operação de antecipação de títulos da dívida. Serão trocadas até 350 mil LFT (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) e LFT-B (Letras Financeiras do Tesouro - série B) que vencem entre 2004 e 2006 por LFTs que vencem em 18 de junho do ano que vem. O BC também divulga hoje a nota sobre o mercado aberto.

O IBGE divulga a pesquisa mensal de emprego de setembro. A estimativa é o desemprego aberto no acumulado de 30 dias chegue a 8,2%.

Nos EUA, saem os resultados do Livro Bege, que traz os principais indicadores da economia do país. Os números são calculados pelo Federal Reserve (Fed).

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