Economia

ANÁLISE - Copom acertou na redução moderada dos juros, diz Lloyds

Na semana passada, o Copom reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual (de 18,75% para 18,5% ao ano) e surpreendeu parte do mercado que esperava queda maior. A redução mais moderada, porém, parece ser a mais acertada no atual cenário econômico, segundo relatório do banco Lloyds TSB. Os analistas do banco dizem […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

Na semana passada, o Copom reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual (de 18,75% para 18,5% ao ano) e surpreendeu parte do mercado que esperava queda maior. A redução mais moderada, porém, parece ser a mais acertada no atual cenário econômico, segundo relatório do banco Lloyds TSB.

Os analistas do banco dizem que o otimismo de parte do mercado se devia a uma série de indicadores positivos observados às vésperas da reunião do Copom: redução do risco-país, queda do dólar e maior horizonte de tempo adotado pelo Banco Central para chegar à meta inflacionária. O último ponto é o mais importante, diz o Lloyds, porque dá mais liberdade ao BC para flexibilizar a política monetária no curto prazo.

Apesar do cenário favorável, outros fatores justificam a decisão do Copom, de acordo com o Lloyds: a atividade econômica começa a se recuperar de forma gradual, o petróleo segue em nível bem superior ao que se espera para o ano (perto de US$ 24/barril, contra estimados US$ 19/20/barril) e o núcleo da inflação permanece elevado (6,5% anualizado).

Por outro lado, diz o Lloyds, em algum momento o Copom terá de adotar uma política mais agressiva de redução da taxa básica, senão o juro real ficará muito alto em relação à média observada nos últimos dois anos (próxima a 11% e 10%, respectivamente). De acordo com o Lloyds, se a queda da Selic se mantiver homogênea, 0,25 ponto percentual até o final do ano, o juro nominal médio ficará próximo a 17,7%. Deflacionado pela inflação sugerida pelo BC (4% a 4,5%), essa taxa geraria um juro real da ordem de 12,9%, bem acima do verificado no biênio 2000/2001. Mesmo com uma inflação entre 5% e 5,5% no período o que o Lloyds considera mais provável a alta do juro real ficaria perto de 11,8%.

A conclusão dos analistas é que, a menos que a inflação surpreenda e fique acima do que se estima (6% a 7%, por exemplo), pode-se esperar uma política mais agressiva de redução dos juros por parte do Copom.

Leia o relatório do Lloyds na íntegra.

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