América Móvil tem interesse em ativos de fibra ótica da Oi
O executivo não detalhou, mas disse que a América Móvil também tem interesse em ativos de telefonia móvel da rival
Reuters
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 20h54.
São Paulo - O presidente do grupo América Móvil , José Félix, afirmou nesta quarta-feira que a companhia tem interesse em ativos de rede de fibra ótica no Estado de São Paulo que estariam sendo negociados pela rival em recuperação judicial Oi .
O executivo não detalhou, mas disse que a América Móvil também tem interesse em ativos de telefonia móvel da rival.
"Estamos interessados em fibra em São Paulo (...) Existe oferta de fibras em São Paulo e existe algo de venda de ativos da móvel", disse o executivo aos ser questionado em evento do setor sobre eventual aquisição de ativos da Oi. "Interessa, sim, assinantes da móvel", acrescentou.
Em setembro, o presidente-executivo do grupo mexicano de telecomunicações, Daniel Hajj, já havia mencionado que empresa tinha interesse em aquisição de toda a Oi ou de parte da empresa brasileira, mas que uma eventual transação dependeria das mudanças na regulamentação do setor de telecomunicações do Brasil, preço e detalhes do ativos que forem eventualmente vendidos.
Segundo Félix, "sempre há complementaridade" em aquisições do setor de telefonia móvel. "Ativos à venda sempre são uma oportunidade."
Porém, o executivo afirmou que se os preços dos ativos a serem eventualmente vendidos pela Oi "subirem muito, naturalmente a gente estará fora".
Para 2017, Félix afirmou que a América Móvel, que opera sob as marcas Claro, Net e Embratel no Brasil, tem planos de elevar o número de cidades do país atendidas por serviço de telefonia móvel 4G de 400 para 2.000 e que a empresa está negociando com a fornecedora chinesa Huawei uma "compra grande" de equipamentos de telefonia celular em 700 MHz.
Essa expansão pode consumir investimentos de cerca de 1,5 bilhão de reais, acrescentou.
O número de cidades atendidas pelo 4G da Claro deve avançar para 4.300 em 2019, disse o executivo.
Ele acrescentou que o investimento do grupo no Brasil em 2017 não será menor que o aplicado em 2016, mas evitou comentar valores.
Sobre as planejadas mudanças no marco regulatório do setor de telecomunicações sendo gestadas no Congresso, Félix afirmou ver a questão da transformação do regime de concessão em autorização com bons olhos, mas citou incertezas.
"Temos um contrato (de concessão) que vai até 2025 e as primeiras propostas para mudança no regime foram preocupantes (...) Mas achamos que a mudança deveria ser opcional", disse o presidente da América Móvil Brasil.
Ele citou incertezas sobre a diferença de valores que deve ocorrer com a mudança do regime de concessão para autorização e que deverá ser redirecionada a investimentos.
"O espírito da proposta é de melhoria para o setor(...) mas nem tudo se acaba sendo escrito do jeito certo", disse Félix.
Mais cedo, o secretário executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, André Borges, afirmou que a expectativa da pasta é que o Congresso aprove a mudança do marco regulatório de telecomunicações até o final deste ano e que as alterações entrem em vigor até meados de 2017.