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Alta de 1% no PIB “está de bom tamanho”, diz Deutsche

Economistas projetam alta menor que 4% na economia para o ano que vem

Notas de Real (SXC.hu)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 12h48.

São Paulo – Para Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, o Brasil está vivendo conjunturalmente um momento de taxa de juros baixa, mas em algum momento deve voltar para a tendência de alta. “Na Votorantim, trabalhamos com volta para o patamar de 8,5%. Eu, pessoalmente, acho que deveria ser maior que isso, mas acho que haverá uma tolerância maior à inflação e uma taxa de juros menor”, afirmou durante o Fórum Bloomberg Brasil, realizado hoje em São Paulo.

O economista-chefe do Deutsche Bank, José Carlos Faria, tem uma visão parecida. “Nesse momento, temos provavelmente uma taxa de juros abaixo da taxa de equilíbrio”, disse. Para Faria, não se pode desprezar o papel da economia internacional nesse crescimento brasileiro menor que o esperado. Os fatores externos permitiram que a taxa de juros no Brasil caísse abaixo da de equilíbrio, segundo o economista.

Faria afirmou que antes do segundo trimestre de 2014 dificilmente ocorrerá um aumento de juros. No cenário do Deutsche Bank há mais três cortes de 0,25 ponto a partir de maio.

“Essa incerteza internacional afetou as decisões de investimento aqui, mas o Brasil teve uma performance menor que o esperado e que de alguns países da América Latina. Algum efeito negativo, sobretudo mudanças frequentes da legislação e regulatório estão afetando investimentos também”, disse.

PIB

O Deutsche Bank não espera um crescimento muito forte no PIB deste ano. “No começo do ano esperávamos um crescimento de 3% do Brasil, mas se crescer 1% estará de bom tamanho”, disse. “Houve um exagero no otimismo em relação ao país”, disse.

Para o crescimento da economia em 2013, o Deutsche Bank projeta 3,5%. “Minha preocupação é um pouco maior com o ambiente externo. Expansão de 4% não é impossível, mas é difícil em decorrência do ambiente externo”, afirmou Faria, citando a situação europeia, nos Estados Unidos e China. “Nossa projeção é otimista, mas o risco é bastante grande”, disse.

Padovani, da Votorantim, também projeta um crescimento de 3,5% do PIB no ano que vem. Para o economista há três fatores internos principais que afetam o baixo desempenho da economia neste ano.


Em primeiro lugar, o ciclo de preço de commodities afeta o Brasil, que foi atingido pela desaceleração global. A segunda razão é do custo de produção, já que o Brasil tem um dos mais altos. O terceiro fator local é do ciclo de crédito. “O desempenho da economia brasileira em 2009 e 2012 foi acima do da região. O BC atuou para controlar esse ciclo e estamos passando por essa fase de ajuste de crédito”, disse.

Câmbio

O governo vinha tomando medidas para aumentar o valor do dólar frente o real. No início do mês, promoveu uma ação contrária.
Na opinião de Faria, a inflação pode ser um dos motivos para essa mudança. “Talvez as autoridades tenham se assustado um pouco com a velocidade da aceleração da inflação no final do ano e a preocupação com os preços acabou pesando mais”, disse.

“Não temos um regime de cambio administrado ou fixo. Quando a economia voltar a crescer, os fluxos voltarem, o câmbio vai se apreciar”, disse.

Padovani acha que o câmbio deve terminar 2013 em 1,95 reais. Para o Deutsche Bank, a previsão é de 2,05 reais no final de 2013. “A medida que a economia se recupera, diminuiu um pouco a pressão por um cambio mais depreciado e a preocupação maior passa a ser com a inflação. Por isso acho que a tendência é um câmbio mais apreciado no final de 2013”

Inflação

“Dado que o PIB está crescendo cerca de 1%, acho que 5,5% é uma taxa de inflação um pouco elevada”, disse Faria. Sua projeção para 2012 é de 5,2%.

A projeção de Padovani para 2013 é de 5,3%. “O Brasil está resolvendo vários desafios, acho que a inflação baixa será o próximo”, afirmou.

Para o HSBC Asset Management, a inflação deste ano deve se repetir no ano que vem. “O impacto do setor elétrico vai ser importante, mas a razão pela qual algumas empresas baixaram a previsão da taxa Selic é porque as nuvens da Europa ainda são bastante escuras”, disse Pedro Bastos, CEO da asset.

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São Paulo – Para Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, o Brasil está vivendo conjunturalmente um momento de taxa de juros baixa, mas em algum momento deve voltar para a tendência de alta. “Na Votorantim, trabalhamos com volta para o patamar de 8,5%. Eu, pessoalmente, acho que deveria ser maior que isso, mas acho que haverá uma tolerância maior à inflação e uma taxa de juros menor”, afirmou durante o Fórum Bloomberg Brasil, realizado hoje em São Paulo.

O economista-chefe do Deutsche Bank, José Carlos Faria, tem uma visão parecida. “Nesse momento, temos provavelmente uma taxa de juros abaixo da taxa de equilíbrio”, disse. Para Faria, não se pode desprezar o papel da economia internacional nesse crescimento brasileiro menor que o esperado. Os fatores externos permitiram que a taxa de juros no Brasil caísse abaixo da de equilíbrio, segundo o economista.

Faria afirmou que antes do segundo trimestre de 2014 dificilmente ocorrerá um aumento de juros. No cenário do Deutsche Bank há mais três cortes de 0,25 ponto a partir de maio.

“Essa incerteza internacional afetou as decisões de investimento aqui, mas o Brasil teve uma performance menor que o esperado e que de alguns países da América Latina. Algum efeito negativo, sobretudo mudanças frequentes da legislação e regulatório estão afetando investimentos também”, disse.

PIB

O Deutsche Bank não espera um crescimento muito forte no PIB deste ano. “No começo do ano esperávamos um crescimento de 3% do Brasil, mas se crescer 1% estará de bom tamanho”, disse. “Houve um exagero no otimismo em relação ao país”, disse.

Para o crescimento da economia em 2013, o Deutsche Bank projeta 3,5%. “Minha preocupação é um pouco maior com o ambiente externo. Expansão de 4% não é impossível, mas é difícil em decorrência do ambiente externo”, afirmou Faria, citando a situação europeia, nos Estados Unidos e China. “Nossa projeção é otimista, mas o risco é bastante grande”, disse.

Padovani, da Votorantim, também projeta um crescimento de 3,5% do PIB no ano que vem. Para o economista há três fatores internos principais que afetam o baixo desempenho da economia neste ano.


Em primeiro lugar, o ciclo de preço de commodities afeta o Brasil, que foi atingido pela desaceleração global. A segunda razão é do custo de produção, já que o Brasil tem um dos mais altos. O terceiro fator local é do ciclo de crédito. “O desempenho da economia brasileira em 2009 e 2012 foi acima do da região. O BC atuou para controlar esse ciclo e estamos passando por essa fase de ajuste de crédito”, disse.

Câmbio

O governo vinha tomando medidas para aumentar o valor do dólar frente o real. No início do mês, promoveu uma ação contrária.
Na opinião de Faria, a inflação pode ser um dos motivos para essa mudança. “Talvez as autoridades tenham se assustado um pouco com a velocidade da aceleração da inflação no final do ano e a preocupação com os preços acabou pesando mais”, disse.

“Não temos um regime de cambio administrado ou fixo. Quando a economia voltar a crescer, os fluxos voltarem, o câmbio vai se apreciar”, disse.

Padovani acha que o câmbio deve terminar 2013 em 1,95 reais. Para o Deutsche Bank, a previsão é de 2,05 reais no final de 2013. “A medida que a economia se recupera, diminuiu um pouco a pressão por um cambio mais depreciado e a preocupação maior passa a ser com a inflação. Por isso acho que a tendência é um câmbio mais apreciado no final de 2013”

Inflação

“Dado que o PIB está crescendo cerca de 1%, acho que 5,5% é uma taxa de inflação um pouco elevada”, disse Faria. Sua projeção para 2012 é de 5,2%.

A projeção de Padovani para 2013 é de 5,3%. “O Brasil está resolvendo vários desafios, acho que a inflação baixa será o próximo”, afirmou.

Para o HSBC Asset Management, a inflação deste ano deve se repetir no ano que vem. “O impacto do setor elétrico vai ser importante, mas a razão pela qual algumas empresas baixaram a previsão da taxa Selic é porque as nuvens da Europa ainda são bastante escuras”, disse Pedro Bastos, CEO da asset.

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