Economia

Alcan paga 20 vezes mais por hidrelétrica em leilão da Aneel

A construção da hidrelétrica Traira II, no rio Suaçuí-Grande, em Minas Gerais, foi a mais disputada no leilão desta sexta-feira da Bolsa de Valores do Rio. Ofertada pelo preço mínimo R$ 220 mil, a unidade foi arrematada por R$ 4,6 milhões pelo grupo Alcan Alumínio do Brasil Ltda. representado pela corretora Magliano. A empresa pagou […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

A construção da hidrelétrica Traira II, no rio Suaçuí-Grande, em Minas Gerais, foi a mais disputada no leilão desta sexta-feira da Bolsa de Valores do Rio.

Ofertada pelo preço mínimo R$ 220 mil, a unidade foi arrematada por R$ 4,6 milhões pelo grupo Alcan Alumínio do Brasil Ltda. representado pela corretora Magliano. A empresa pagou 20 vezes mais do que o valor ofertado.

Foram feitos 51 lances e a disputa maior ocorreu com o Consórcio PSK representado pela corretora Unibanco. O ágio conseguido foi de 1.990.91%. Antes a hidrelétrica de Salto em Goias, do Rio Verde, teve sua concessão adquirida pelo grupo Triunfo Participações e Investimentos S/A., representado pela corretora SLW, com R$ 450 mil de preço mínimo.

A Aneel conseguiu licitar as oito concessões para construção de usinas hidrelétricas no país. As quatro últimas concessões para hidrelétricas, leiloadas na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, foram adquiridas pelo preço mínimo e sem ágio.

A de Salto do Rio Verdinho, no Rio Verde, em Goiás, foi arrematada por R$ 410 mil pelo grupo Triunfo Participações e Investimentos S.A., representado pela corretora SLW. A usina de São Domingos, também no Rio Verde, em Mato Grosso do Sul, ficará com o grupo Empreendimentos Master S.A., que pagou R$ 260 mil, representado pela corretora RMC.

O grupo J. Malucelli Construtora de Obras adquiriu com R$ 185 mil a concessão para a usina de Olho D água, em Goiás, representado pela construtora Futura. Já a usina de Estreito (Tocantins/Maranhão), que terá a maior capacidade de geração, estimada em 1.087 MW, foi arrematada pelo consórcio Estreito Energia/Ceste, representado pela corretora Ágora. Este grupo é composto pelas empresas Alcoa Alumínio, Camargo Corrêa, Companhia do Vale do Rio Doce, Tractebel e BHP.

O grupo Alcan Alumínio Ltda. também venceu o primeiro leilão, arrematando pelo preço mínimo de R$ 705 mil a concessão de duas hidrelétricas a serem construídas no Rio Claro, em Goiás, formando o complexo Caçu Barra dos Coqueiros. As informações são da Agência Brasil.

Segundo informações da agência Reuters, o leilão foi marcado pela pouca disputa. Tirando a hidrelétrica Traira II, as demais foram arrematadas pelo lance mínimo estipulado pela agência.

Um total 21 empresas estava habilitado a participar do leilão, individualmente ou em consórcios. Além do Brasil, há companhias do Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Ilhas Virgens Britânicas e Bélgica.

A previsão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é que as novas usinas acrescentem 1.584 megawatts ao sistema elétrico brasileiro e devem ser construídas nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão.

O governo federal vai arrecadar R$ 320 milhões ao longo dos 35 anos de concessão das oito hidrelétricas leiloadas com os valores cobrados pelas outorgas. Nos primeiros cinco anos, os empreendimentos vão gerar 39 mil empregos. Ao todo, serão R$ 600 milhões/ano divididos em 45% para os 19 municípios e 45% para os cinco estados abrangidos pelos projetos.

O leilão foi considerado um sucesso pelo diretor-geral da Aneel, José Abdo. Mesmo que sete concessões de usinas tenham sido compradas pelo preço mínimo, Abdo disse que o interesse representa uma visão de confiança do empresariado.

Segundo ele, a venda pelo preço mínimo é perfeitamente aceitável, já que o governo não vai investir nada na construção dos empreendimentos que somarão R$ 3,5 milhões em investimentos.

Investimentos dos consórcios

A usina hidrelétrica de Estreito receberá investimentos de US$ 1 bilhão para a sua construção até 2007, segundo representantes do consórcio Estreito Energia-Ceste (Alcoa Alumínío S/A, Camargo Corrêa Energia Ltda, BHP Blliton Metais S/A, Companhia Vale do Rio Doce e Tractebel Egi South América lTDA), que conquistaram a concessão de exploração e construção da unidade.

A usina de Olhos D Água receberá investimentos de R$ 80 milhões, durante três anos, do grupo J. Malucelli Construtora de Obras. As duas usinas no Complexo Caçu/Barra dos Coqueiros exigirá US$ 4 milhões, em quatro anos, do grupo Alcan Alumínio do Brasil Ltda, e as de Salto e Salto do Rio Verdinho, em Goiás, exigirão US$ 120 milhões, em quatro anos, a partir de 2003.

O presidente na América Latina da Alcoa Alumínio S/A, integrante do Consórcio Estreito Energia-Ceste, Adjarma Azevedo, disse temer a parte ambiental nos projetos e pediu ajuda dos ambientalistas, do governo federal e dos municipais para a implementação da usina. Segundo ele, é importante que essa parte do projeto seja bem gerida.

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