Economia

Ajuste nas contas externas do Brasil é estrutural, diz BBV

Na opinião dos economistas do BBV Banco, o resultado positivo das contas externas do governo não é conseqüência apenas do superávit recorde (de 2002) da balança comercial de setembro. As contas de serviços e rendas, tradicionalmente pouco flexíveis, passam por um movimento de ajuste que aponta, acredita o BBV, para o superávit ainda este ano. […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.

Na opinião dos economistas do BBV Banco, o resultado positivo das contas externas do governo não é conseqüência apenas do superávit recorde (de 2002) da balança comercial de setembro. As contas de serviços e rendas, tradicionalmente pouco flexíveis, passam por um movimento de ajuste que aponta, acredita o BBV, para o superávit ainda este ano. "Trata-se de um importante ajuste estrutural nas contas correntes do país. Poucos agentes têm notado isso" , diz o BBV Banco em seu relatório macroeconômico.

Em setembro, o Brasil registrou um superávit em conta corrente do balanço de pagamentos de 316 milhões de dólares, depois de amargar oito anos seguidos de déficits mensais. A projeção do Banco Central para 2002 é de um déficit de 14 bilhões de reais. Se confirmada, a redução do déficit pode chegar a 58% em relação a 1998, quando o valor era de 33 bilhões de dólares negativos.

Parte importante deste ajuste é resultado da virada da balança comercial. O déficit em conta corrente acumulado em 12 meses até setembro de 2002 somou 15,2 bilhões de dólares, enquanto o superávit comercial somou 7,4 bilhões.

Entretanto, há uma contribuição nada desprezível de 3,4 bilhões de dólares que vem da conta de serviços e rendas - que tem exibido um ajuste consiste, apesar de inferior em valores. De janeiro a agosto de 2002, as despesas totais de serviços e rendas foram reduzidas em 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Os destaques: redução de 14,5% nas despesas de juros da dívida externa, 22,3% nas despesas de viagens e 25,6% nas de transporte.

Essa queda generalizada nas despesas de serviços e rendas permitiu uma economia de quase 3 bilhões de dólares ao país.

Veja o relatório completo do BBV Banco sobre o Balanço de Pagamentos aqui.

Alternativa para apresentar as projeções do Balanço de Pagamentos

O BC apresentou ao mercado uma nova forma de apresentar as projeções das contas do Balanço de Pagamentos para 2002 e 2003, em que aparecem apenas as transações feitas pelo mercado - e não pelo BC nem pelo Tesouro Nacional.

Dispostas dessa maneira, as contas apresentam uma diferença em relação às projeções anteriores. Em 2002, ela é de 12,1 bilhões de dólares - e representam as intervenções oficiais do BC no mercado de câmbio, seja por intervenções oficiais ou por aumento da posição de câmbio vendida dos bancos.

Clique aqui para ver as projeções do BC.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Opep projeta alta de 16,5% na procura por barris até 2045

Coisas assim levaram ao impeachment de Dilma, diz Meirelles sobre desconfiança com contas públicas

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto